Foguetes foram disparados do Líbano para Israel, nesta quinta-feira (6), e foram respondidos com uma explosiva artilharia na fronteira, disseram autoridades, em meio à escalada da tensão após batidas policiais israelenses na mesquita Al-Aqsa em Jerusalém.

Os militares israelenses disseram ter interceptado pelo menos um foguete quando as sirenes soaram em cidades do norte perto da fronteira, enquanto duas fontes de segurança libanesas disseram que houve pelo menos dois ataques, com vários foguetes.

Os meios de comunicação israelenses informaram que cerca de 30 foguetes foram lançados do Líbano, metade dos quais foram interceptados, enquanto cinco caíram em áreas israelenses. O serviço de emergência de Israel disse que um homem sofreu ferimentos leves por estilhaços.

Não houve reivindicação de responsabilidade, mas três fontes de segurança disseram que facções palestinas no Líbano, e não o grupo libanês fortemente armado Hezbollah, seriam os responsáveis ​​pelo disparo de foguetes. Israel travou uma guerra de um mês com o Hezbollah em 2006.

O incidente desta quinta-feira ocorreu quando Ismail Haniyeh, chefe do grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, estava visitando o Líbano. Não houve comentários imediatos dos militares libaneses ou do Hezbollah.

Em uma declaração por escrito, a força de manutenção da paz das Nações Unidas no sul do Líbano (UNIFIL) descreveu a situação como “extremamente séria” e pediu moderação. Também disse que o chefe da UNIFIL, Aroldo Lazaro, estava em contato com as autoridades de ambos os lados.

As emissoras israelenses mostraram grandes nuvens de fumaça subindo acima da cidade de Shlomi, no norte, e a emissora do setor público Kan disse que a Autoridade de Aeroportos de Israel fechou o espaço aéreo do norte, inclusive sobre Haifa, para voos civis.

“Estou tremendo, estou em choque”, disse Liat Berkovitch Kravitz ao canal de notícias 12 de Israel, falando de um quarto fortificado em sua casa em Shlomi. “Ouvi um estrondo, foi como se tivesse explodido dentro da sala.”

Logo após a segunda leva de foguetes, as fontes de segurança libanesas disseram que fogo de artilharia atingiu o sul do Líbano e os residentes disseram ter ouvido fortes explosões, mas não houve relatos imediatos de vítimas.

O incidente ocorreu em um momento de grande tensão após as batidas da polícia israelense no complexo da mesquita Al-Aqsa em Jerusalém durante o mês sagrado muçulmano do Ramadã nesta semana.

Com Israel também comemorando o feriado da Páscoa, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, deve realizar uma avaliação de segurança após o lançamento de foguetes do Líbano e convocar o gabinete de segurança, disse seu escritório.

“Ninguém deve nos testar, tomaremos todas as medidas necessárias para defender nosso país e nosso povo”, disse o ministro das Relações Exteriores Eli Cohen no Twitter.

Israel atingiu vários alvos em Gaza depois que foguetes foram disparados da faixa costeira do sul bloqueada após os ataques de Al-Aqsa, que foram condenados em todo o mundo árabe.

Falando de Gaza, Mohammad Al-Braim, porta-voz dos Comitês de Resistência Popular Palestina, elogiou os ataques com foguetes do Líbano, que ele relacionou aos incidentes de Al-Aqsa, mas não reivindicou a responsabilidade.

Ele disse que “nenhum árabe e nenhum muçulmano ficaria calado enquanto (Al-Aqsa) está sendo invadida de maneira tão selvagem e bárbara sem que o inimigo pague o preço por sua agressão”.

Fonte: CNN Brasil