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Erasmo Carlos

Crédito, Divulgação/Rock in Rio

Erasmo Carlos se apresentou no Rock in Rio em 2011

O cantor Erasmo Carlos, intérprete e autor de diversos clássicos da música brasileira, morreu nesta terça-feira (22/11), aos 81 anos, no Rio de Janeiro, informaram o site Metrópoles e a TV Globo.

Conhecido como Tremendão, foi figura fundamental na Jovem Guarda e ajudou a dar forma ao nascente pop rock brasileiro.

Erasmo foi internado e entubado poucas horas antes em um hospital na zona oeste da cidade. Ele se tratava de uma síndrome edemigênica, doença em que líquidos ficam retidos nos vasos sanguíneos e pode ter origem cardíaca e renal.

Duas semanas antes o cantor também havia sido internado em razão do mesmo problema e fez uma postagem de uma foto próximo à janela do hospital, junto a um trecho da letra de À Janela, sucesso composto ao lado de seu grande parceiro musical, Roberto Carlos: “Da janela o horizonte / A liberdade de uma estrada eu posso ver / O meu pensamento voa livre em sonhos / Pra longe de onde estou”.

Nascido Erasmo Esteves, ele começou a carreira inspirado pela efervescência do rock americano e do conjunto Bill Haley and His Comets.

Logo, começou a marcar presença na cena musical carioca e a estabelecer uma convivência com outros dois futuros ícones da música brasileira: Tim Maia (que ensinou Erasmo a tocar violão) e Roberto Carlos.

Mais tarde o cantor se notabilizaria por fazer versões brasileiras de sucessos roqueiros dos EUA como Splish Splash e Dia de Escola. Sua primeira composição é Eu Quero Twist, na voz de Agnaldo Rayol e com coautoria de Carlos Imperial, produtor artístico de grande influência sobre a formação da Jovem Guarda.

Esse era o nome do programa dominical da TV Record apresentado por Erasmo, ao lado de Roberto Carlos e Wanderléa, que embarcaria no crescente sucesso da beatlemania no exterior e alcançaria grande repercussão no país.

Em sua carreira solo gravou Terror dos Namorados e Festa de Arromba, duas músicas que marcariam o começo de uma das parcerias mais bem-sucedidas da música brasileira: a dupla Roberto e Erasmo Carlos.

Erasmo Carlos e Roberto Carlos em imagem de arquivo

Crédito, Divulgação

Roberto Carlos e Erasmo em imagem de arquivo

Ao longo da trajetória criativa sairia uma lista longa de clássicos gravados por ele e por outros intérpretes que incluem É Proibido Fumar, As Curvas da Estrada de Santos, É Preciso Saber Viver, Detalhes, De Noite na Cama, Jesus Cristo, Emoções e O Portão.

Chegou a atuar em filmes estrelados pelo parceiro musical como Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa e A 300 Quilômetros por Hora.

Na continuidade de sua carreira solo, gravaria na sequência dois álbuns clássicos de reconhecimento perene da crítica: Carlos, Erasmo e Sonhos e Memórias 1941-1972.

Décadas mais tarde um afastamento entre Roberto e Erasmo encerraria a parceria criativa.

Há pouco menos de uma semana, o Tremendão ganhou o Grammy Latino de melhor álbum de rock ou música alternativa em língua portuguesa por O Futuro Pertence À… Jovem Guarda.

Figuras públicas e personalidades da música lamentaram a morte do cantor.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva disse que Erasmo foi “autor de muitas das canções que mais emocionaram brasileiros nas últimas décadas”.

O presidente da República Jair Bolsonaro ainda não se pronunciou.

Cantores como Maria Bethânia, Djavan, Ney Matogrosso, Zé Ramalho, Marcos Valle, Nando Reis, Frejat e Daniela Mercury expressaram pesar pela morte de Erasmo.

Fonte: BBC