O dólar caía x%, cotado a R$ 5,2xx, por volta das xhxx desta quarta-feira (29), devolvendo parte dos fortes ganhos ante o real dos últimos dias após fechar no maior patamar em quase cinco meses.

Os investidores operam com cautela à espera dos dados trimestrais sobre a economia dos Estados Unidos, como Produto Interno Bruto (PIB) e inflação, e antes dos discursos dos presidentes dos bancos centrais dos Estados Unidos, Jerome Powell, e zona do euro, Christine Lagarde.

O mercado tem reagido a cada dado e fala que aponte qual será a intensidade e velocidade dos ciclos de alta de juros nas maiores economias do mundo, levando a variações na aversão a riscos de acordo com as indicações e leituras.

No Brasil, a questão fiscal também voltou ao radar dos investidores. A perspectiva de que o governo federal aumente seus gastos por meio da PEC dos Combustíveis, com um possível desrespeito ao teto de gastos, desagrada o mercado, e pode retirar investimentos do país.

O relator do projeto no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), apresentará nesta quarta-feira o parecer sobre o projeto. Ele deve incluir um aumento no valor do Auxílio Brasil e do vale-gás, e criar um novo auxílio financeiro voltado para caminhoneiros como forma de suavizar o impacto das altas nos preços dos combustíveis.

O Banco Central fará neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de agosto de 2022. A operação do BC ajuda a dar liquidez na moeda, mas especialistas consultados pelo CNN Brasil Business apontam que o órgão poderia atuar mais para conter a volatilidade do câmbio.

Na terça-feira (29), o dólar encerrou em alta de 0,61%, a R$ 5,267. Já o Ibovespa recuou 0,17%, aos 100.591,41 pontos.

Sentimento global

Os investidores ainda mantém uma aversão global a riscos desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada, e até uma recessão, devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, o que prejudicaria diversos tipos de investimentos.

A principal causa para essa aversão é o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos, com a elevação mais recente anunciada pelo Federal Reserve em 15 de junho. A autarquia elevou os juros em 0,75 ponto percentual, na maior alta desde 1994, e deixou uma porta aberta para um aumento na mesma magnitude em julho.

Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados de títulos e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

Ao mesmo tempo, a China tem relaxado medidas para combater a Covid-19, mas há temores que novas restrições prejudiquem a segunda maior economia do mundo, e o risco fiscal no Brasil voltou a ganhar força com uma expansão de gastos pelo governo.

Com isso, a combinação de um cenário doméstico debilitado, com o retorno de riscos fiscais e temores sobre interferências na Petrobras, e a perspectiva no exterior de fortes apertos monetários voltaram a prejudicar o mercado brasileiro.

*Com informações da Reuters

Fonte: CNN Brasil