A média móvel diária de mortes por Covid-19 em sete dias está acima de 200 no Brasil há seis semanas, segundo dados do Conselho Nacional de Saúde (Conass), divulgados na terça-feira (9).

O atual patamar, superior a 200, começou a ser registrado no dia 28 de julho — com o maior número no período chegando a 257, no domingo 17 de julho.

Nesta quarta-feira (10), o indicador ficou em 216. Para fins de comparação, no dia 10 de agosto de 2021, a média móvel de óbitos marcava 906. Isto representa uma redução de 76,1% no índice flutuante de óbitos por Covid em um ano no país.

A maior média de vítimas fatais, porém, foi registrada no dia 12 de abril de 2021, quando o número foi de 3.124 — na época, o país tinha mais de 20 mil mortes por semana.

Esse indicador serve para acompanhamento da pandemia sem eventuais distorções causadas por subnotificações aos fins de semana e feriados ou mesmo erro nas plataformas de acesso de informações das secretarias estaduais de saúde.

No que se refere aos números de mortes durante uma semana, na última contagem considerada pelo Conass, entre os dias 31 de julho e 6 de agosto de 2022, 1.453 pessoas morreram pela Covid.

No mesmo período do ano passado, (entre o dia 1 e 7 de agosto) o país teve 6.382 vítimas decorrentes do coronavírus.

As mortes pela Covid também caíram quando comparadas no período do 1º semestre de cada ano. Um levantamento realizado pela Agência CNN mostrou que entre janeiro e junho do ano passado, 311.890 pessoas morreram em decorrência da doença. Neste ano, no mesmo período, foram 52.360. Uma redução de 83,2%.

Segundo Alexandre Naime Barbosa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia e professor e pesquisador da Unesp, o avanço da vacinação foi o fator determinante para a redução das mortes em 2022.

“Agora a gente tem um esquema vacinal extremamente efetivo no sentido de evitar hospitalização e óbitos. Esse é um dos principais pontos positivos [no enfrentamento da pandemia]”, disse à CNN.

Hospitalizações por coronavírus

As hospitalizações por Covid no ano passado também era maior quando comparadas a 2022. No fim de junho de 2021, sete estados estavam com a taxa de ocupação acima de 80%, com Roraima tendo até 100% dos leitos ocupados.

Neste ano, três unidades federativas (Goiás, Paraná e Santa Catarina) tiveram ocupação acima de 80%, tendo SC atingindo 95,65% da capacidade total no fim do primeiro semestre.

Para o infectologista Robson Reis, professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), o que torna o momento atual diferente do enfrentado ano passado, no quesito mortes e hospitalização nas UTIs por Covid, é a consolidação das vacinas — mesmo no contexto de novas variantes.

Em entrevista à CNN, Reis disse que “as vacinas, diante das novas variantes, têm uma eficácia menor, mas mantiveram a proteção para as formas graves da doença. Elas foram responsáveis, no ano de 2022, por evitar aquele cenário de hospitais lotados, falta de leitos hospitalares, e principalmente a redução de óbitos”, afirmou Reis.

Vacinação contra a Covid

Segundo dados das secretarias de saúde, até o momento, o país tem 84,64% da população com a primeira dose da vacina. Aqueles com a segunda dose, ou dose única da Janssen, representam 79,47% da população elegível.

No entanto, os especialistas ouvidos pela CNN destacam que a taxa de vacinação da 3ª dose está “abaixo do ideal”.

Segundo dados das secretarias de saúde estaduais, 46,61% das pessoas elegíveis tomaram o imunizante de reforço.

No que se refere à 4ª dose, algumas capitais brasileiras passaram a aplicar a vacina em pessoas acima de 18 anos. 10,94% do público elegível recebeu o imunizante.

Fonte: CNN Brasil