Mais de 36,6 milhões de pessoas estão aptas para tomar a quarta dose da vacina contra a Covid-19, segundo dados do Ministério da Saúde, e podem retornar aos postos de saúde.

São brasileiros que completaram quatro meses de intervalo com a primeira dose de reforço. O governo federal orienta que os imunizantes da Pfizer, Janssen ou AstraZeneca sejam utilizadas nessa etapa.

No Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (20), a aplicação da 4ª dose é ampliada para todas as pessoas a partir dos 35 anos. Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS-Rio), 42,8% dos cariocas a partir de 40 anos – 1.338.602 pessoas – receberam a segunda etapa do reforço.

A SMS-Rio alerta que quem está com sintomas gripais não deve receber a vacina. Essas pessoas precisam procurar uma clínica da família ou centro municipal de saúde para realizar um teste de Covid-19.

No Brasil, dados da Agência CNN revelam que 9,43% da população compareceu aos postos de saúde para receber a segunda dose de reforço.

O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo, avalia que a cobertura está abaixo do esperado, o que pode facilitar o aumento de casos da doença.

“A adesão está baixa. Acho que as pessoas cansaram de ir aos postos, já que os números de casos reduziram e de óbitos também. Mas, se não vacinarmos, há risco de perda de proteção depois de um certo tempo e os casos podem voltar a aumentar. A quarta dose serve para, justamente, reforçar a defesa do organismo.

Falta ainda um pouco de conscientização sobre a vacina. Muitas pessoas não sabem que a quarta dose já está sendo aplicada. Creio que seja necessário procurar as pessoas nos locais onde estão além dos postos para aumentar a cobertura, principalmente para as pessoas acima dos 50 anos”, argumenta.

Para a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) Mônica Levi, é comum que, daqui para frente, as faixas etárias sejam ampliadas para a segunda dose de reforço, já que a maior parte da população acima dos 18 anos está elegível.

“Desde o início foi realizado um escalonamento por faixa etária. Na verdade, o que interessa na cadeia de transmissão é o maior número de vacinados possíveis. É fundamental montar uma estratégia para realizar essa campanha de imunização”, destaca.

Mônica aponta que é essencial ter um percentual alto de vacinação para um melhor controle da disseminação da Covid-19. Segundo a médica, a maior parte dos casos de internados e de mortes surge a partir de quem não tem um ciclo vacinal completo ou pertence a grupos de risco.

“Se tiver muita gente adoecendo, o Sistema Único de Saúde (SUS) fica mais cheio e, consequentemente, pode trazer outras doenças. Vemos que a maior parte dos casos de internados no mundo é de pessoas que ou não respondem bem à vacinação por comprometimento imunológico, ou é a população que não está adequadamente vacinada. Então temos que fazer com que as pessoas entendam a importância dessa dose”, defende a diretora da SBIm.

*sob supervisão de Pauline Almeida

Fonte: CNN Brasil