O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, contou nesta sexta-feira (15) que disse ao príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, que o considerava responsável pelo assassinato do jornalista do Washington Post Jamal Khashoggi.

A afirmação aconteceu durante uma conversa entre os dois líderes destinadas a restabelecer as relações com o principal aliado árabe.

Biden, falando após reuniões com os principais líderes da Arábia Saudita, revelou que o príncipe herdeiro, conhecido como MbS, negou envolvimento e disse que responsabilizou os responsáveis.

Biden compartilhou um soquinho com MbS e apertou a mão do rei Salman após chegar à Arábia Saudita.

“Com relação ao assassinato de Khashoggi, eu levantei isso na reunião, deixando claro o que eu pensava sobre isso na época e o que penso sobre isso agora”, afirmou Biden a repórteres.

“Fui direto ao discutir o assunto. Deixei minha visão muito clara. Eu disse muito francamente que um presidente americano ficar em silêncio sobre uma questão de direitos humanos é inconsistente com quem somos e quem sou eu.”

A inteligência dos EUA apontou que o príncipe herdeiro aprovou diretamente o assassinato de Khashoggi — um membro saudita que se tornou crítico — por agentes sauditas.

Biden argumentou que o que aconteceu com Khashoggi foi ultrajante.

“Ele basicamente disse que não era pessoalmente responsável por isso”, relatou Biden sobre a resposta do príncipe herdeiro durante a reunião. “Eu indiquei que eu achava que ele era.”

O presidente disse que eles também discutiram energia e que espera ver “mais passos” da Arábia Saudita, um grande produtor de petróleo, sobre combustíveis nas próximas semanas.

Como candidato presidencial, Biden disse que o reino deveria se tornar um “pária” no cenário mundial por causa do assassinato.

Ele acrescentou nesta sexta que não se arrepende do comentário.

Os interesses de energia e segurança levaram Biden e seus assessores a decidir não isolar a gigante do petróleo do Golfo que vem fortalecendo os laços com a Rússia e a China.

A interação do presidente com o príncipe herdeiro atraiu críticas em casa — começando com o cumprimento entre eles.

No início da viagem de Biden ao Oriente Médio, as autoridades disseram que ele evitaria contatos próximos, como apertar as mãos, como precaução contra a Covid-19, mas o presidente acabou se envolvendo em apertos de mão durante a etapa de Israel da turnê.

Fonte: CNN Brasil