No encontro entre o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o presidente chinês, Xi Jinping, nesta segunda-feira (19), os norte-americanos pediram para que fosse retomado o diálogo militar entre os dois países. Entretanto, a China respondeu que não, pelas sanções impostas em relação aos chips. A análise é de Lourival Sant’Anna da CNN.

A questão dos chips mostra que os EUA estão dispostos a fazer o que for possível para conter a concorrência chinesa no campo tecnológico. E, portanto, no campo militar e econômico.

Na relação bilateral, três pontos são incontornáveis. Primeiro, está o ímpeto dos EUA de conter a contestação da hegemonia norte-americana pela China, embora haja um caminho claro para um mundo multipolar.

Posteriormente estão Taiwan e a Ucrânia.

O mérito do encontro é simplesmente o começo de uma estabilidade para a relação, adiando o conflito por mais alguns anos.

Entretanto, pela falta de diálogo entre os generais dos dois países, não foi possível indicar um ambiente em que se possa evitar um conflito involuntário.

Em fevereiro, durante o incidente com um balão chinês no território dos EUA, que levou ao adiamento da viagem de Blinken, os militares norte-americanoas ligaram para os chineses, que não atenderam.

É melhor do que nada que haja conversas diplomáticas, mas elas não evitam a tensão no campo militar, que é o grande problema.

Ou seja, a intensão dos dois países é: se for para fazer uma guerra, que não seja por um mal-entendido.

Xi Jiping em seu terceiro mandato, que termina no início de 2028, quer resolver a questão de Taiwan pela força, e os dois países estão se preparando para isso.

*Publicado por Douglas Porto

Fonte: CNN Brasil