Aliados de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), pré-candidato ao governo de São Paulo, passaram a admitir a desistência do apresentador José Luiz Datena (PSC-SP) da disputa ao Senado. À CNN, caciques políticos que estão à frente das articulações disseram que, hoje, o cenário mais provável é que o ex-ministro do presidente Jair Bolsonaro (PL) tenha o ex-presidente da Fiesp Paulo Skaf (Republicanos-SP) como candidato a senador.

Procurado, Datena disse à CNN não estar disposto a abandonar a corrida pelo Senado, mas admitiu “sair em chapa pura” —ou seja, sem estar coligado a uma candidatura presidencial.

Datena foi vaiado ao participar de um evento ao lado de Tarcísio no sábado (9), em São José do Rio Preto, interior paulista. O ato marcou a primeira aparição pública de Datena e Tarcísio juntos como pré-candidatos.

A possibilidade de o apresentador não levar sua candidatura ao Senado até o fim já era tratada nos bastidores pelo comando da pré-campanha de Tarcísio.

Embora tenha havido um esforço para que Datena rompesse com o agora governador Rodrigo Garcia (PSDB-SP) e abraçasse a candidatura do ex-ministro de Bolsonaro, aliados de Tarcísio admitiam que a articulação teria que ter um plano B com viabilidade –por isso, Skaf se filiou ao Republicanos.

Neste cenário, integrantes do núcleo duro da campanha de Tarcísio disseram à CNN que o episódio de sábado pode acabar sendo a desculpa para que o apresentador desista da eleição.

Nesta segunda-feira (11), Datena disse em seu programa na Rádio Bandeirantes que pode disputar a eleição ao Senado sem estar coligado a uma chapa presidencial.

“Eu já deixei bem claro, que se eu for candidato e ficarem me pentelhando muito, eu saio candidato chapa pura. Eu saí do partido que tem o maior fundo do Brasil, R$ 1 bilhão, que é o União Brasil, fui para o PSC, que tem muito pouco fundo eleitoral. E, se me torrarem muito a paciência, eu saio chapa pura, sem apoiar governador, sem apoiar presidente da República, e faço minha campanha com celular. Pelas pesquisas, eu noto que os caras precisam mais de mim do que eu deles”, afirmou Datena, sem citar as vaias no evento de sábado.

“Eu nunca vi tanto fogo amigo como estou vendo agora, vale também para Lula e Alckmin, porque que tem uma ala do PT que não aceita o Alckmin. Dentro da coligação do Bolsonaro, tem quem não aceite A ou B. Eu já deixei bem claro, eu entro para a política se a política me quiser. Se a política não me quiser, tudo bem, para mim tanto faz. Eu quero ajudar o povo brasileiro, mas se de repente me torrarem a paciência mais uma vez, e parece que já estão torrando porque querem ser donos da verdade, eu não tenho problema nenhum em ficar no meu palanque que é a imprensa”, seguiu Datena.

Fonte: CNN Brasil