Daqui a alguns dias, estaremos em junho. Mês em que o inverno começa. Mês das festas de Antônio, João e Pedro.

As festas juninas têm seu valor, não posso negar. São sempre uma oportunidade para praticar a piromania sem parecer um tarado.

Já a comidas não me comovem nem um pouco. Às vezes me sinto culpado por não gostar da comida das festas juninas –aparentemente, todo o resto da humanidade as adora.

O cardápio junino é uma overdose de carboidratos secos –milho, batata-doce, pinhão. Apenas o milho aparece em um trocilhão de receitas: curau, pamonha, pipoca, bolo de fubá. E canjica, Canjica, eca!

Carne não há. Quando ela aparece, é por obra adaptativa de quem organiza a festa –e vem na forma de cachorro-quente ou dos malfadados espetinhos mimimi.

Nada é pior do que as bebidas. Os dois tipos de bebida servidos nos arraiais juninos: quentão e vinho quente (que, em algumas partes do Brasil, recebe o nome de quentão). Cachaça ou vinho da pior qualidade, aquecidos com canela, gengibre e frutas.

O que me dá vontade de sair de uma festa junina assim que eu chego a ela é o cheiro de pinga vagabunda com gengibre, milho verde e fumaça da fogueira.

Uma pena, porque as pessoas parecem se divertir nessas festas.

Seria eu o único anormal nessa história?

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Fonte: Folha de S.Paulo