Detesto usar este precioso espaço para dizer o óbvio. Mas às vezes é necessário. Como agora.

É impossível beber com uma máscara de proteção no rosto. Não faz o menor sentido permitir a reabertura de bares desde que os clientes usem máscaras. Ou se usa máscara ou se bebe. Ou isto ou aquilo. Os dois, nunca.

Quem achou que era razoável permitir a reabertura dos bares, desde que os clientes estejam mascarados, nunca frequentou um bar.

Para começo de conversa, a máscara incomoda. É ok para resolver assuntos rápidos na rua, mas insuportável depois de meia hora. E bares existem para que as pessoas passem o tempo bebendo e jogando conversa fora.

Nesse tempo, as bebidas chegam ininterruptamente. A máscara, na melhor das hipóteses, vai e volta e vai de novo. Perdão, essa é a pior das hipóteses: o tira-e-põe da máscara a inutiliza e, mais do que isso, a converte em um vetor de contaminação.

Tudo isso para dizer que é indefensável a reabertura dos bares com supostas medidas restritivas de segurança.

Conversa mole para boi dormir.

Em tempo: também é óbvio que não dá para comer com a boca coberta por uma máscaras. Mas o atendimento dos restaurantes tem uma dinâmica totalmente diferença, que merece uma discussão à parte.

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Fonte: Folha de S.Paulo