Fonte: Loopnet

Para especialistas, o coronavírus anda desafiando a lógica e fundamentos da economia no mercado imobiliário da Flórida. Convidados pelo Gazeta News, os especialistas de Miami, João Freitas, e de Orlando, Jamil Swaid, avaliaram conjuntos habitacionais conhecidos como multifamily.

A procura por residenciais do formato multifamily reduziu bastante em Miami-Dade e Orlando, em Broward aumentou. Em qualquer cenário econômico isso seria motivo para baixar os preços em Miami e Orlando e aumentar em Broward, mas – graças a taxa de juros de empréstimos – a realidade foi exatamente o oposto disso.

De acordo com dados do Multi Listing Service (MLS). Esse ano o preço por pé quadrado das residências multifamily caiu 29% em Broward e aumentou 25% em Miami-Dade em relação ao mesmo período de 2019. Em Miami os preços no ano passado eram de $200 por pé quadrado, hoje estão em $250, um aumento de $50. Em Broward saiu de $240 para $170, uma redução de $50.

Para o Realtor de Miami, o coronavírus impôs uma realidade curiosa. “Com menos clientes procurando qualquer coisa os preços deveriam cair. Mas a qualidade dos clientes melhorou porque os juros estão baixos e os poucos que vem, já estão prontos para comprar o que gostou”, analisa Freitas.

O corretor explica que o preço do pé quadrado é o que realmente importa para o setor. “Um imóvel pode ter custado menos dinheiro simplesmente por ser menor, então o melhor padrão a ser estabelecido é o preço do pé quadrado”, explica. De todo modo, os investidores estão cautelosos para comprar, os turistas brasileiros sumiram de Miami. “Brasileiro gosta de ver o imóvel que está comprando, com as fronteiras fechadas há meses, os únicos compradores são os que já moram aqui, o dinheiro do latino americano residente no exterior sumiu”.

Os preços estão mais caros que os especialistas consultados esperavam e ambos concordam que o governo federal foi a mão salvadora do setor. “Goste ou não do Trump, ele fez a fortuna dele no setor imobiliário e entende do assunto como poucos. Juros de menos de 3% ao ano reforçam essa percepção e salvaram o mercado imobiliário da Flórida dos efeitos do Corona vírus.”, avalia Freitas.

Orlando

Com as diferenças inerentes à Orlando, o corretor especialista na cidade, Jamil Swaid, diz que Orlando enfrenta uma realidade muito parecida. O profissional destaca que, de um lado o governador da Flórida atrapalhou o trabalho ao proibir ações de despejo, por outro lado, ele concorda que a taxa de juros do governo federal seguram os preços e evitaram uma crise no setor.

O corretor de Orlando diz que a impossibilidade de executar despejo ajuda mais a quem tem dinheiro. “A conta é simples, se um inquilino tem dinheiro, ele simplesmente não paga para aproveitar eventuais auxílios do governo mais para frente. Se o governo não ajudar, ele vai quitar o atraso no futuro porque não quer ser despejado e, se o auxílio vier, ele volta a ficar adimplente com a ajuda do governo”, explica Swaid.

A explicação do que normalmente acontece quando o cliente age de boa-fé também é simples. “Quando o aluguel está atrasado há três meses eu proponho que o security deposit seja usado para quitar parte da dívida e o resto será perdoado se o inquilino sair do imóvel imediatamente. Assim, eu posso começar a procurar outro inquilino adimplente. Isso tem funcionado bem”, detalha.

Swaid diz que a Disney registra uma taxa de ocupação dos parques muito baixa e isso atrapalha muito os investidores imobiliários na cidade. A estratégia para evitar problemas aos clientes era simples. “Os donos de multifamily estavam concordando em vender mais barato porque, não tem receita do aluguel e as despesas não param de chegar. Ao mesmo tempo, consegue compensar na outra ponta porque o dólar está alto e isso equilibra a balança”. Mas a boa notícia veio dos compradores em um mercado aquecido. “Recentemente coloquei uma unidade a venda e o dono precisava vender rápido, então coloquei mais barato. Em uma semana recebi 6 ofertas de compra, duas delas acima do valor que o dono pedia” comemora.

O especialista do setor na cidade afirma que essa rapidez existe em Orlando porque o mercado para moradores da região ou que estão de mudança em definitivo para a cidade está bastante aquecido. Swaid diz que tem muitos compradores de NY com malas prontas por causa do clima e, especialmente, os benefícios fiscais.

“Antigamente chineses e brasileiros sustentavam os preços aqui, hoje quem está sustentando são estados com imposto de renda muito altos, especialmente Nova Iorque”, finaliza Swaid.

Related Images:

[See image gallery at gazetanews.com]

O post Mercado imobiliário: venda de multifamily em Miami e Orlando a todo vapor apareceu primeiro em Gazeta News: O maior Jornal Brasileiro da Florida, nos EUA.

Fonte: Gazeta News