Embalado pelo forte resultado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) no primeiro trimestre, o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 22, mostrou melhora considerável no cenário de crescimento econômico para este ano.

A mediana para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 subiu de 1,02% para 1,20%, contra 0,96% há um mês. Já considerando apenas as 69 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 avançou de 1,00% para 1,24%.

Por outro lado, para 2024, o Relatório Focus mostrou queda na estimativa de crescimento do PIB, de 1,38% para 1,30%, contra 1,41% de um mês atrás. Considerando apenas as 62 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2024 cedeu de 1,27% para 1,24%.

Em relação a 2025, a mediana se manteve em 1,70%, mesma taxa de quatro semanas antes. O Boletim ainda trouxe a estimativa para 2026, que continuou em 1,80%, repetindo o porcentual esperado há um mês.

O Banco Central elevou sua estimativa para o crescimento do PIB deste ano de 1,0% para 1,2% no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março. Já a estimativa oficial do Ministério da Fazenda é de 1,61%, mas o ministro Fernando Haddad já adiantou que a previsão deve ser elevada para 1,90%.

A projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2023 subiu de 60,70% para 61,00% no Boletim Focus desta semana, mesma previsão de um mês antes.

Já a projeção para o déficit primário em 2023 continuou em 1,00% do Produto Interno Bruto, repetindo a taxa de quatro semanas atrás. Para o déficit nominal este ano, a mediana também permaneceu em 7,80%, mesmo porcentual encontrado há um mês.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Para 2024, a projeção para a dívida líquida subiu de 64,20% para 64,70% do PIB, contra 64,00% de quatro semanas antes. O déficit primário esperado para 2024, por sua vez, passou de 0,80% para 0,70% do PIB, ainda distante da meta prevista pelo governo de resultado neutro (0% do PIB). Já o déficit nominal projetado na Focus permaneceu em 7,00% do PIB. Há um mês, os porcentuais eram de 0,80% e 7,00% do PIB, nessa ordem.

Déficit em c/c

Os economistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos para 2023 no Boletim Focus desta semana. A projeção deficitária passou de US$ 47,30 bilhões para US$ 47,06 bilhões, ante US$ 48,55 bilhões de um mês atrás. Para o próximo ano, a estimativa de déficit subiu de US$ 52,50 bilhões para US$ 53,05 bilhões, de US$ 52,50 bilhões há quatro semanas.

Para o superávit da balança comercial em 2023, a projeção continuou em US$ 60,00 bilhões, contra US$ 57,70 bilhões há um mês. Para 2024, a mediana superavitária recuou de US$ 54,80 bilhões para US$ 54,60 bilhões, de US$ 52,30 bilhões há quatro semanas.

Os analistas consultados semanalmente pelo BC avaliam que o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes neste e no próximo ano. A mediana das previsões para o IDP em 2023 permaneceu em US$ 80,00 bilhões, mesmo valor esperado há quatro semanas. Para 2024, a estimativa também foi mantida em US$ 80,00 bilhões, repetindo a mediana de um mês antes.