RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) abriu novo processo para investigar o escândalo contábil das Americanas e destacou em seu site um atalho para denúncias sobre a empresa. Agora, são cinco investigações sobre o caso.

O processo mais recente foi aberto pela superintendência de acompanhamento de empresas e tem como objeto a divulgação de notícias, fatos relevantes e comunicados. A CVM não dá detalhes sobre a apuração.

Outros quatro processos foram abertos na semana passada, após a notícia de notícia de que o balanço da companhia deixou de contabilizar dívidas de R$ 20 bilhões, dando início a uma crise que derrubou o valor das ações da companhia.

Um deles está sob sigilo, mas foi aberto por área que investiga manipulação de mercado. Entre os processos públicos, um também apura o cumprimento das regras de divulgação pela empresa e outro analisa as divulgações financeiras da companhia.

O quarto processo da semana passada foi aberto após denúncia da Abradin (Associação Brasileira de Investidores) contra a gestão das Lojas Americanas e a empresa responsável pela auditoria de suas finanças, a PwC.

O presidente da Abradin, Aurélio Valporto, questionou em entrevista à Folha a atuação da auditoria, que também auditou balanços da Petrobras no período investigado pela Operação Lava Jato e do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil), também investigado por fraude contábil.

Nesta terça-feira (17), a CVM decidiu destacar em seu site um atalho para o sistema de denúncias sobre irregularidades no mercado financeiro, com um banner indicando o link para “receber denúncias relacionadas aos fatos recentes envolvendo a companhia aberta Americanas S.A.”.

A autarquia diz ainda que interessados podem realizar denúncia anônima em área do site específica para esse fim.

As ações da Americanas despencaram quase 40% após a divulgação do escândalo contábil, que deu início ainda a uma batalha judicial entre a empresa e seus maiores credores e à renúncia do presidente da empresa, Sergio Rial, apenas nove dias após sua posse.

Nesta segunda, A S&P Global rebaixou a nota de crédito da Americanas de “B” (na escala global) e de “brA-” (na escala nacional Brasil) para “D”, o que significa situação de default (calote).

A empresa é alvo de ação judicial movida pela Ibraci (Instituto Brasileiro de Cidadania) e escritórios de advocacia já começam a planejar uma ação coletiva nos Estados Unidos, nos moldes do processo que rendeu à Petrobras multa de US$ 2,95 bilhões (R$ 10 bilhões ao câmbio da época) por perdas após a operação Lava Jato.