Um dos melhores jogadores de tênis em cadeira de rodas do Brasil ficou sem seu principal instrumento de trabalho no fim de semana. Pelas redes sociais, Daniel Rodrigues informou que durante uma viagem para a Europa para jogar torneios da modalidade sua cadeira foi quebrada durante o voo realizado pela empresa aérea Latam. Agora ele busca maneiras de continuar jogando, apesar do prejuízo.

“Saí de Belo Horizonte para Guarulhos em um voo da Latam, depois teria um outro voo de São Paulo para a Suíça, onde seria o primeiro torneio dos três que vou fazer na Europa. Quando cheguei em Guarulhos, me deparei com minha cadeira quebrada. Fui até o guichê da Latam e fiz uma reclamação, porém eles ofereceram apenas US$ 60 para o conserto. Eu não aceitei pois minha cadeira vale muito mais e não tinha conserto quando quebra deste jeito. Neste caso eles falaram que iria me retornar depois para ver o que poderia ser feito. Vou treinar e jogar com uma emprestada, mas não é a mesma coisa”, explicou Daniel Rodrigues ao Estadão.

A cadeira de rodas de um atleta do tênis paralímpico é o equipamento mais caro da modalidade, podendo custar entre R$ 20 e 60 mil. Diferente das cadeiras comuns, a feita para o esporte é um item exclusivo de cada jogador da modalidade pois é feita de maneira específica para cada atleta, levando em consideração o tamanho e as restrições físicas de cada atleta. Atual número 21 do mundo em seu esporte, Daniel Rodrigues vive uma das melhores temporadas de sua carreira, com quatro títulos em 2023, e não esconde o quanto a falta de sua cadeira atrapalha seu jogo.

“Isso afeta muito pra mim, principalmente que vinha numa ótima sequência. Esse ano também é o ano dos Jogos Parapan-americanos, em Santiago, e esses torneios já valem pontos para classificação para a Paralimpíada de Paris-2024. Além de estar muito próximo de poder entrar num torneio Grand Slam”, explicou Daniel.

“A Latam entrou em contato, mas à princípio para consertar a cadeira, sendo que ela não tem conserto. Uma advogada que está me ajudando não aceitou e pediu uma cadeira nova, eles ficaram de avaliar”, disse o atleta à reportagem.

Em contato com o Estadão, a Latam explicou que está em contato com o tenista brasileiro para buscar a melhor solução para a questão da cadeira de rodas.

A Confederação Brasileira de Tênis (CBT) se posicionou sobre o caso e ofereceu apoio ao tenista. “Ressaltamos que todos os atletas que viajam por meio da Confederação possuem seguro viagem coberto pela mesma, entre outros benefícios. Diante da lamentável situação ocorrida com o atleta Daniel Rodrigues, a CBT prontamente entrou em contato com ele, colocando-se inteiramente à disposição para prestar auxílio.”

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