Lojistas estão pedindo a reabertura de shoppings no Brasil quase quatro meses após fecharem as portas ou reduzirem suas operações por conta da quarentena, necessária para conter a expansão da pandemia de coronavírus pelo país.
Muitos negócios começaram a retomar suas atividades nas últimas semanas, mas a reabertura varia por estado e região dependendo dos casos e mortes.
Embora ainda esteja em curva ascendente no número de casos e mortes por covid-19, o Brasil tem acelerado a abertura de centros comerciais. Segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), 411 estabelecimentos desse porte estão abertos e em pleno funcionamento em 16 estados e no Distrito Federal. Isso representa mais de 70% dos shoppings existentes em todo o território nacional.
O Brasil registra nesta terça-feira, 14, 72.950 mortes e 1.888.889 casos confirmados, segundo dados das Secretarias Estaduais de Saúde.
Mesmo com o país longe de registrar queda no número de casos e mortes por coronavírus, governos já começaram a flexibilizar o funcionamento de parte das atividades econômicas.
São Paulo e Rio de Janeiro
Em São Paulo, a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping defendeu que o comércio possa funcionar durante, pelo menos, 8 horas diárias na fase laranja do controle de casos de coronavírus do estado de São Paulo.
Na semana passada, o governo paulista atualizou o plano de reabertura gradual da economia. Os comerciantes podem abrir seus estabelecimentos por 6 horas durante quatro dias da semana, nas cidades que estão dentro da fase laranja.
Atualmente, shoppings e o comércio de rua em todo o país podem funcionar por quatro horas diárias na semana e com limite de 20% da capacidade. A entidade explicou que pensa em um horário de funcionamento que começa às 12 horas e se encerra às 20 horas.
De acordo com dados da Abrasce, relativos a 2019, o Brasil tem 577 shoppings, que faturam R$ 192,8 bilhões, geram mais de 1 milhão de empregos e recebem mais de 500 milhões de visitantes por mês.
São Paulo e Rio de Janeiro reabriram os shoppings no dia 11 de junho, no feriado de Corpus Christi e véspera do Dia dos Namorados. As medidas de segurança adotadas são semelhantes às do DF, com funcionários controlando o acesso dos consumidores, que nos primeiros dias formaram filas nas entradas dos centros comerciais.
No entanto, a reabertura dos shoppings e a liberação dos camelôs na cidade do Rio de Janeiro foram consideradas precipitadas por médicos e especialistas.
Apelo em Salvador
O comerciante Adelmo Pinto da Silva Filho abordou o prefeito de Salvador, ACM Neto, na manhã de segunda-feira (13) e fez um apelo para a reabertura dos shoppings (veja no vídeo abaixo). Emocionado, o homem falou das dificuldades que empresários do setor têm enfrentado nos últimos meses. [Assista o vídeo completo abaixo]
“Pelos meus três filhos, libere nossas lojas. Lá nos shoppings, o senhor vai ter mais controle do que a feira de São Joaquim, do que qualquer comércio deste de bairro. Por favor, meu irmão eu te peço… pelos meus três filhos. Eu não sei mais o que eu faço para pagar minhas contas e manter meus empregados”, disse o homem.
De acordo com o protocolo de reabertura do comércio em Salvador, divulgado pela prefeitura em conjunto com o Governo do Estado, os shoppings estão autorizados a abrirem as portas já na fase 1, quando a taxa de ocupação dos leitos de UTI Covid for menor que 75%.
Ajuda a empresários
O Ministério da Economia lançou em abril, no início da pandemia, o ‘Vamos Vencer”, um programa de medidas de apoio ao setor produtivo do país. A iniciativa faz parte da campanha #TodosporTodos, que visa combater à crise causada pela epidemia de coronavírus que assola o Brasil. O programa conta com a liberação de R$ 5 bilhões em recursos do FAT para expansão de crédito à produção, a suspensão do pagamento de amortizações de empréstimos do BNDES para empresas de médio e grande porte e expansão de crédito para empresas de tecnologia financeira. Com informações da Agência Brasil, G1 e UOL.
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Fonte: Gazeta News