O dólar opera em alta nesta quinta-feira, 27, atingindo pela primeira vez a cotação de R$ 4,47 e subindo pela sétima sessão consecutiva, em meio a temores sobre a expansão do coronavírus e impactos na economia global.

Nesta manhã, a moeda era negociada a R$ 4,4583, com alta de 0,39. Na máxima até o momento, chegou a R$ 4,47. O valor do dólar turismo está cotado hoje no valor de R$ 4,8377.

Na véspera, o dólar fechou em alta de 1,10%, a R$ 4,4407, renovando recorde de fechamento nominal (sem considerar a inflação), em meio ao avanço da epidemia de coronavírus pelo mundo e com a confirmação do primeiro caso no Brasil. Na máxima da sessão, chegou a R$ 4,4475, até então a maior cotação nominal intradia já registrada no país. No mês, o dólar acumulou alta de 3,63%. Em 2020, já subiu 10,75%.

Em tentativa de limitar a disparada do dólar, o Banco Central realizará um leilão extraordinário de até 20 mil contratos de swap tradicional com vencimento em agosto, outubro e dezembro de 2020, conforme anunciado na quarta-feira, destaca a agência Reuters.

Ninguém descarta o dólar caminhar rapidamente para os R$ 5 se o quadro do coronavírus se agravar, sobretudo no país, segundo o Correio Braziliense.

Por que o aumento constante

Além das preocupações sobre o impacto do coronavírus, o dólar mais valorizado nas últimas semanas tem refletido os juros em mínimas históricas no Brasil e as perspectivas sobre o ritmo de crescimento da economia brasileira e andamento das reformas.

Diversas instituições financeiras têm revisado para baixo suas perspectivas para o crescimento econômico em 2020 na esteira da disseminação do novo coronavírus e da percepção de uma lentidão um pouco maior que o esperado no ritmo de crescimento neste início de ano.

O mercado brasileiro reduziu para 2,20% a previsão a alta do PIB em 2020, segundo a pesquisa Focus do Banco Central, divulgada nesta quarta, mas diversos bancos e consultorias já estimam um crescimento abaixo de 2%.

Já a projeção do mercado para a taxa de câmbio no fim de 2020 subiu de R$ 4,10 para R$ 4,15 por dólar. Para o fechamento de 2021, subiu de R$ 4,11 para R$ 4,15 por dólar.

Tensão global

No exterior, as bolsas europeias tinham mais um dia de queda. Investidores temem os impactos do avanço do coronavírus no crescimento da economia global e mais empresas alertaram que o surto afetará seus lucros e resultados, incluindo Microsoft e AB InBev.

Na China, as bolsas fecharam em leve alta, com um menor número de mortes devido ao coronavírus e após o governo sinalizar mais suporte para a economia doméstica. No Japão, índice Nikkei fechou em queda de 2,13% e, em Seul, o índice KOSPI perdeu 1,05%.

Já os preços do petróleo caíam cerca de 2% nesta quinta-feira, no quinto dia consecutivo de perdas, para o menor nível desde janeiro de 2019. O petróleo Brent caiu abaixo de US$ 53 o barril, enquanto que petróleo dos Estados Unidos recuou para menos de US$ 48 por barril.

O post Dólar ultrapassa R$ 4,46 e Banco Central tenta conter alta apareceu primeiro em .

Fonte: Gazeta News