O dólar opera em alta pela 12ª sessão consecutiva nesta quinta-feira, 5, superando logo na abertura pela 1ª vez o patamar de R$ 4,62, chegando a R$4,63. No ano, a alta acumulada já chega a quase 15%. O valor do dólar turismo está cotado hoje no valor de R$ 4,9984.

Como justificativa para as altas recentes, os temores dos possíveis efeitos do coronavírus na economia global têm causado forte reação, deixando em pânico investidores e derrubando mercados acionários por todo o mundo.

O dólar vai voltar a testar o limite dos R$ 4,50 e pode até se estabilizar nesse patamar, dizem profissionais de mercado. Isso vai depender dos fatores que mais influenciam no momento e que devem ser monitorados em março: a epidemia e incerteza global quanto ao coronavírus, a política interna brasileira e a atuação do Banco Central.

Às 11h27 (horário de Brasília), a moeda norte-americana estava cotada a R$ 4,63. Os investidores seguem de olho nos impactos do coronavírus na economia global e nos próximos passos do Banco Central do Brasil após corte de juros surpresa pelo Federal Reserve.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reunirá em 17 e 18 de março para deliberar sobre a taxa de juros, que está em patamar mínimo recorde de 4,25% ao ano.

Na quarta-feira, 4, o dólar encerrou a sessão em alta de 1,51%, a R$ 4,5790, novo recorde nominal de fechamento (sem considerar a inflação), após a divulgação dos dados oficiais do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019, que registrou alta de 1,1% em 2019, confirmando resultado mais fraco em 3 anos e desaceleração da economia brasileira no 4º trimestre. Na máxima do dia, a moeda chegou a R$ 4,5835, até então o recorde nominal intradia.

O Banco Central ofertará neste pregão até 20 mil contratos de swap cambial tradicional com vencimento em agosto, outubro e dezembro de 2020, destaca a Reuters.

Efeito coronavírus

O mercado acionário tenta sempre antever as consequências de eventos que ocorrem no mundo, sejam positivos ou negativos. Como o coronavírus é de fácil contágio, governos e empresas de todo o mundo estabeleceram restrições à circulação de pessoas, como tentativa de conter a disseminação do vírus.

A tática, contudo, pode trazer consequências negativas à economia, principalmente da China, epicentro inicial do vírus, local com maior número de pessoas infectadas e segunda maior economia do mundo. Por isso, agentes do mercado acionário tentaram se proteger dessa possível redução na atividade econômica mundial vendendo ações, o que fez com que os preços caíssem.

“O mercado sempre olha para qualquer coisa que possa trazer aceleração ou desaceleração econômica, como o caso do coronavírus. Na China, com diversas fábricas parando para evitar a extensão do vírus pelos funcionários, isso começou a gerar uma desaceleração industrial. Cerca de 360 milhões de funcionários foram para casa”, afirmou Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus.

Turismo afetado

Uma das primeiras medidas para combater a disseminação do coronavírus foi a restrição à circulação de pessoas. Isso deve afetar a receita das companhias aéreas, que irão realizar menos viagens e podem ter uma queda em suas receitas. “Nas companhias aéreas, muita gente vem cancelando viagens a turismo, e isso reduz bastante o número de voos e, consequentemente, o custo dessas empresas paradas é muito alto, diminuindo suas margens. Muita gente cancelando pacotes afeta o ciclo, e o mercado financeiro espera e reflete a queda”, afirmou Laatus. Com informações do UOL e Valor Econômico.

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Fonte: Gazeta News