FERNANDA MENA (FOLHAPRESS)- O advogado e influencer pró-armas Leandro Mathias Novaes, 40, foi atingido por um disparo de sua própria arma de fogo na tarde da última segunda-feira (16) ao acompanhar a sua mãe num exame de ressonância magnética em um laboratório na região dos Jardins, bairro nobre de São Paulo.

Quando a máquina foi acionada, seu magnetismo puxou a arma que estava na sua cintura do advogado e a disparou contra ele. O tiro perfurou a região abdominal de Mathias, que foi socorrido no local e levado para o Hospital São Luiz em estado grave.

Antes de entrar na sala de exames, Mathias assinou um termo de ciência sobre os procedimentos para acessar as instalações onde são feitos os exames de ressonância magnética, o que inclui a necessidade de retirada de todos os objetos metálicos das roupas e do corpo. Ele não mencionou que portava uma arma de fogo.

O advogado, que se declara armamentista, mantém uma conta ativa no TikTok, com mais de 49 mil seguidores, na qual tira dúvidas sobre posse e porte de armamentos, do ponto de vista jurídico.

Suas postagens tiram dúvidas de internautas pró-armas sobre assuntos que giram em torno do tema, incluindo legítima defesa e excludente de ilicitude. Há fotos suas com armas de fogo. Os posts são marcados por hashtags com termos como CAC (sigla para Caçadores, Atiradores e Colecionadores), legítima defesa, pró-armas, direita conservadora e eu reajo.

 
O caso foi registrado no 14º Distrito Policial, que requisitou perícia técnica do Instituto de Criminalística e que constatou, por meio da numeração da arma de fogo apreendida, que Mathias tem registro do armamento e autorização de porte, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

O acidente ocorreu em unidade do Laboratório Cura, que declarou, por meio de nota, que tanto Mathias como sua mãe assinaram termo de ciência que orientava sobre os procedimentos e precauções relativas ao exame, entre as quais a necessidade de retirada de todos os objetos metálicos da roupa e do corpo.

Por meio de nota, o Grupo Cura disse que, assim que ocorreu o disparo, que feriu apenas o portador da arma, a vítima foi socorrida e a polícia, acionada. “Tanto a paciente como o acompanhante foram devidamente orientados quanto aos procedimentos para acesso à sala de exame”, explica a nota, que destaca que, “mesmo diante dessas orientações, a arma de fogo não foi mencionada pelo acompanhante, que entrou com o objeto na sala de exame por sua decisão”.

Procurado, o Hospital São Luiz disse, por meio de nota, que tem por política não divulgar informações clínicas sem autorização do paciente ou familiares.