Após 11 anos foragida no Brasil, Cláudia Hoerig será julgada pela justiça nos EUA
Cláudia e Karl Hoerig, encontrado morto a tiros na residência do casal em 2007
Cláudia Cristina Sobral foi enviada diretamente à Penitenciária do Condado de Trumbull, Ohio
Na quarta-feira (17), Cláudia Cristina Sobral, de 53 anos, natural do Rio de Janeiro, foi embarcada num avião fretado pelo governo americano para ser julgada por homicídio nos EUA. Ela é a primeira pessoa nascida no Brasil a ter a nacionalidade cancelada e extraditada no país. Ao chegar a solo americano, ela foi enviada diretamente para a penitenciária, a Trumbull County Jail, no município de Warren, Ohio.
O promotor público do Condado de Trumbull, Dennis Watkins, que trabalhou no caso por 10 anos, detalhou que Cláudia Hoerig, como é conhecida nos EUA, comparecerá à Corte na sexta-feira (19) para responder pelo assassinato do marido dela, o piloto de avião Karl Hoerig. Ele foi morto a tiros no interior de sua casa na cidade de Newton Falls, em 2007.
Watkins acrescentou que Cláudia, logo depois de atirar no marido e sacar todo o dinheiro das contas bancárias, fugiu para o Brasil. Ela conseguiu se livrar do julgamento nos Estados Unidos durante mais de uma década, pois a Constituição brasileira proíbe a extradição de seus cidadãos. Então, depois da pressão feita pelas autoridades americanas, incluindo o congressista Tim Ryan, um juiz brasileiro ordenou que Cláudia fosse detida.
O promotor público escreveu numa nota para a imprensa, na quarta-feira (17), que a brasileira havia retornado ao Condado de Trumbull naquele dia, conforme o acordo de extradição feito pelos Estados Unidos e Brasil.
Ryan, que há uma década vem tentando trazer a brasileira de volta aos EUA para ser julgada, disse ao canal de TV Fox 8 News: “Eu estou feliz pela família (da vítima), pois a justiça será feita”.
“Há 10 anos, Cláudia Hoerig assassinou o marido dela, o Major Karl Hoerig, a sangue frio antes de fugir para o Brasil. Desde então, a nossa comunidade tem se mantido diligente na busca pela justiça. Hoje à noite, o principal fator dessa jornada aconteceu quando Cláudia foi extraditada do Brasil e autuada na Penitenciária do Condado de Trumbull. Ela finalmente enfrentará a justiça pelo ato desprezível. Eu estou bastante feliz que estejamos a um passo de concluir o caso para a família e amigos do Karl, mas com a consciência de que hoje é um dia doce e amargo. Não importando com o que aconteça com Cláudia, a nossa comunidade e a família do Karl ainda sentem a falta de um homem bom. Hoje à noite, eu estou feliz que tenham obtido progresso e agradecido pelo trabalho árduo dos inúmeros indivíduos que trabalharam incansavelmente para chegar a esse ponto”, acrescentou Ryan num comunicado.
A correspondente internacional da rede de TV CBS, Erin Moriarty, e a equipe dela passaram 2 anos investigando o caso. Em companhia do irmão da vítima, Paul Hoerig, eles viajaram ao Brasil em busca de respostas. Agora, após uma década, Cláudia está finalmente de volta a solo americano. “Pega de surpresa, espantada e grata porque isso vinha há muito tempo”, disse Erin. “Isso é algo muito importante”.
Durante o tempo em que passou no Brasil, Erin descobriu o que Cláudia vinha fazendo nos últimos 11 anos. “Administrando o escritório de contabilidade dela, eu vi. Ela comprou uma casa, casou novamente. Ela seguiu em frente como se nada tivesse acontecido”, disse a jornalista.
Mesmo que Cláudia esteja de volta ao Condado de Trumbull há menos de 2 meses depois que a reportagem foi ao ar nos EUA, Erin acredita ser a família de Karl Hoerig, especialmente Paul, os amigos e as pessoas que nunca esqueceram o crime os responsáveis pelo impacto.
“Se o nosso trabalho teve alguma coisa a ver com esse desfecho, foi por causa do Dennis Watkins, os amigos do Karl, John Boccieri, Tim Ryan e todos os indivíduos dispostos a pôr tudo de lado para falar por Karl Hoerig.
 
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Fonte: Brazilian Voice

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