SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A vitória por 1 a 0 sobre o Red Bull Bragantino deixou o Corinthians oito pontos atrás da liderança do Campeonato Brasileiro, faltando 14 rodadas. No entanto Vítor Pereira evitou falar de chances de título em sua entrevista coletiva na Neo Química Arena. O treinador prefere traçar objetivos de curto prazo.

“Construí minha vida com os pés no chão, encarando a realidade com objetivos de curto prazo. Não sou sonhador de longo prazo. O curto prazo no Brasileirão é olhar para a equipe que está imediatamente à nossa frente e tentar chegar a este lugar. Se conseguirmos, olhamos para cima para tentar mais. Não sou de criar ilusões, não vim aqui para construir castelos de areia”, falou o treinador, repetindo uma de suas expressões preferidas.

O Corinthians está no G4 do Brasileiro desde a primeira rodada. Hoje correu riscos de sair, mas manteve o quarto lugar ao chegar aos 42 pontos. É a mesma pontuação do Fluminense, que está na frente, e do Inter, que está atrás. O Flamengo tem um ponto a mais, e o rival Palmeiras lidera com 50.

“Vamos tentar melhorar nesta semana, melhorar nossos comportamentos e a qualidade de jogo para estar prontos para o próximo, contra um adversário que está exatamente a discutir as mesmas posições que nós”, completou Vítor Pereira, referindo-se ao duelo contra o Inter no domingo (4), novamente na Neo Química Arena.Veja outras respostas de Vítor Pereira:Análise da vitória sobre o Bragantino.

“Primeiro agradeço a estas pessoas todas que vieram ao estádio com este frio e numa segunda à noite, não é fácil. A paixão pelo Corinthians de fato nos enche de energia positiva. Fizemos uma primeira parte de qualidade, mas faltou um pouco de melhor definição no último terço para conseguir mais gols. Chegamos na linha de fundo, na área, mas faltou aquele último passe para ter o segundo gol, que seria merecido. Na segunda parte, perdemos um pouquinho a capacidade de pressão, e esta equipe [Bragantino] joga quando não é pressionada, mete muita gente sobre nossa linha defensiva. Criaram problemas porque não conseguimos mais pressionar na frente, na parte final do jogo. Permitimos muitas bolas entrando na nossa área e tivemos dificuldade. Poderíamos ter feito o segundo em contra-ataques, não fizemos. O futebol é assim.”Semana livre para treinar

“Vai nos permitir recuperar alguns jogadores que estão fora: talvez o Roni, o Giuliano também. O Júnior já não sei se consegue se recuperar, pode ser que sim. Maycon ainda está numa fase que não tem qualquer possibilidade. Mas [teremos] mais soluções. Permite trabalhar os comportamentos táticos. O que fizemos bem hoje, por exemplo, uma boa pressão [no campo de ataque]. Fizemos um bom primeiro tempo. E vai nos permitir corrigir de forma a prolongar este bom nível no segundo tempo também. É isso que pretendo. Gosto que a equipe pressione e tenha a bola, quando perde a capacidade de pressionar e tem que vir para trás, não somos especialistas. Não tem as características do bloco baixo, as características são de um jogo com bola. É disso que gosto, temos que prolongar no segundo tempo.”Boa fase de Fausto Vera

“O Vera está jogando em uma função como primeiro volante. Quando fomos buscá-lo, era para ser segundo volante, porque ele tem características de chegar na área. Está fazendo o primeiro volante porque achamos que tem qualidade para isso. É um jogador tático, que não perde bolas facilmente e tem melhorado muito em termos de recuperação de bola também. Falta ainda aquele chute de fora de área, falta um pouquinho de tranquilidade porque já teve algumas oportunidades de acertar o gol e ainda não conseguiu. Falta esta tranquilidade, mas ele é um jogador que tem nível e margem de produção muito grande.”Recuperação de Maycon

“O Maycon, vi ainda hoje, está em tratamento. Ainda não pôs o pé no chão por causa da fratura, é uma fase prematura [da recuperação]. Quando o Maycon estiver bem, é uma mais valia para nós, não há dúvida, porque vai acrescentar qualidade, coisas boas ao nosso jogo. Mas ele não está na fase de falarmos sobre o jogo contra o Fluminense. Não sou médico, mas ele está numa fase prematura. Se ainda não põe o pé no chão, tem dificuldade para caminhar, como vai para o campo? Como vai correr? Vamos ver. Este é um problema que eu queria ter.”Seis meses no Corinthians

“Parece que estou aqui há três anos. Já passamos por períodos muito difíceis, com muitos jogadores lesionados, fora. Agora a sequência de jogos não é tão grande e nos permite trabalhar um pouquinho mais. Nesta semana, por exemplo, quando temos cinco dias até parece uma coisa estranha. É estranho, porque pensamos sempre ‘amanhã já é para viajar’, mas ainda faltam dois dias. É um campeonato complicado, com muitas equipes lutando pelos mesmos objetivos que nós, com muita viagem. Em Portugal eu ouvia dizer que era um campeonato difícil, mas não tinha muita noção: são as viagens, o tempo entre os jogos, adversários completamente diferentes, alguns gramados que não têm qualidade, com diferença tremenda de temperatura. Isso tudo torna o campeonato ainda mais complicado. “Presente de aniversário para o Corinthians

“O que posso prometer é dedicação total, compromisso, paixão, dar o melhor de mim e de meu estafe em prol da equipe e do clube. Não posso prometer mais do que isso.”