Brigas, discussões e conflitos frequentes têm um custo. Insônia, falta de apetite ou comer demais, estresse, nervosismo e falta de concentração aguardam. Inevitáveis…

Veronica Lamarche, professora e doutora em psicologia social na University of Essex em Colchester, UK, tem apontado que as reações físicas no organismo devidas a conflitos na relação podem causar danos de longo prazo. Criadora do site “Relationship Science Lab”, Veronica afirma que “Existem muitas pesquisas relacionando os conflitos relacionais a diferentes tipos de respostas fisiológicas, como aumento da liberação dos hormônios do estresse, inflamação, mudança na regulação do apetite e nas funções imunológicas.”

Não conseguir se entender com o/a próprio/a parceiro/a e de forma continuada leva a um estado de constante estresse que perturba toda as demais atividades da pessoa. Trabalho, amizade, lazer, projetos para o futuro: tudo fica comprometido quando o relacionamento não funciona. As emoções em turbulência não se aquietam, a pessoa não tem para onde correr e estar em paz porque vive com a outra pessoa, portanto é como se não tivesse casa. Uma casa deveria ser um lar, um espaço onde se recuperar, relaxar, nutrir corpo e alma. Sem um lar seguro, o estresse só aumenta.

“Não é uma única briga que afeta irremediavelmente sua saúde,” continua Veronica Lamarche, “mas as brigas frequentes que continuam por anos. Estas custam muito caro. Daí, – diz ela – a importância de melhor a comunicação para minimizar os conflitos.”

O problema com os conflitos no casamento é que, diferentemente daqueles com amigos, colegas e desconhecidos, se prolongam geralmente por meses ou mesmo anos. Isso porque, se imagina um casamento como um projeto para toda a vida. Nesta postura mental e emocional as pessoas ingressam na relação. Logo, se torna de extrema importância conseguir que a outra pessoa se adapte a nós, ou seja, precisamos que o outro mude alguns aspectos de si para que nós possamos nos sentir mais à vontade.

A mudança buscada pode ser tanto nas crenças como nos hábitos. Com crença queremos dizer desde os valores de vida até aquilo que o outro pensa sobre seu gênero, o que espera de você como mulher (ou homem).

Querendo “combinar” e, assim, viver em paz, “felizes e contentes”, é essencial que se tenha estilos de vida parecidos e que se possa comunicar com facilidade. Caso contrário, ocorrem duas “estratégias”: a primeira e a mais comum e imediata é aquela de se adaptar ao outro. A segunda, a de levantar os assuntos que precisam ser resolvidos e conversar. Diante da dificuldade de se entender, que nada mais é que a dificuldade de se comunicar e colocar em discussão, as brigas são inevitáveis. O caminho da “adaptação”, por outro lado, é uma armadilha que uma hora vai levar aos mesmos sintomas físicos e psicológicos. Pode parecer menos “escandaloso” do que acabar em brigas, mas os resultados são tristeza, confusão, abatimento, falta de ânimo, nervosismo, estresse…

É então devemos nos perguntar: o que é importante para mim? O que quero poder contar que realizei quando estiver velho/a? Que vida eu quero para mim mesmo/a?
Quando os sintomas atacam o organismo físico e psíquico, quando o estresse cresce e atrapalha nossa concentração e voltar para casa não é mais sinônimo de lar e acolhimento, é preciso tomar uma atitude responsável imediatamente.

Uma coisa é certa: os problemas não se resolvem sozinhos, deixando o tempo passar. Ou os enfrentamos ou eles vão inflamar sempre mais.
E se você precisa de coragem antes de enfrentar os seus problemas de casamento então cuide de si antes. Mesmo assim: aja.
A vida é curta demais para perde-la atrás de fantasias românticas ou medos paralisadores.

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Fonte: Gazeta News