Elon Musk é um dos bilionários mais mediáticos, sendo, ultimamente, motivo de conversa pela possível compra do Twitter. Notícia essa que começou a fazer disparar os valores de mercado, e que, agora, parece estar a um passo de não se realizar.

Entre avanços e recuos, Musk (ainda) não se retirou da compra da rede social, no entanto, já disse que teria “direito” a fazê-lo.

Saiba como está decorrendo a (eventual) aquisição, que, se for realizada, poderá ter Donald Trump de volta.

Veja aqui a cronologia:

31 de janeiro – Elon Musk começa comprar ações do Twitter

14 de março – 5% das ações do Twitter pertencem agora a Musk, o que só se saberá em abril. De acordo com as regras, o empresário tem dez dias para informar que 5% das ações desta rede social lhe pertencem – não o faz no prazo legal – demorou 21 dias -, e continua comprando ações.

24 de março – Na sua conta, o bilionário começa a escrever sobre a rede social. “O algoritmo do Twitter deveria ser de acesso aberto”, escreveu numa pesquisa, na qual os seus seguidores podiam escolher entre o ‘sim’ e o ‘não’. O sim ganhou.

25 de março – Nova pesquisa: “A liberdade de expressão é essencial para uma democracia funcional. Acham que o Twitter deveria aderir a este princípio?”, publicou. Desta vez, o ‘não’ ganhou.

26 de março – Musk dirige-se a Jack Dorsey, empresário e co-fundador do Twitter, para “discutir o futuro das redes sociais”.

3 de abril – Responsáveis do Twitter reúnem-se com Elon Musk para falar sobre a possibilidade de um empresário se juntar à direção. De acordo com a CNN, Jack Dorsey destacou que havia uma amizade entre os dois.

Na mesma reunião, as partes concordaram em colocar um freio a Musk no que diz respeito às suas declarações públicas sobre esta rede social, “incluindo fazer propostas públicas não solicitadas para adquirir o Twitter (mas não propostas privadas) sem o consentimento prévio do Conselho” da empresa.

4 de abril – Elon Musk é agora o maior acionista da empresa, com 9,2%. A informação faz com que as ações da rede social disparem 25% e começa a ser discutido com o empresário poderá vir a ter impacto nas rede social.

5 de abril – “Querem uma opção para editar?”, pergunta Musk. Sete em cada 10 dos pesquisados responderam afirmativamente.

No mesmo dia, Musk junta-se à direção. “Depois de várias conversas com Elon Musk nas últimas semanas, é para nós claro que ele trará um grande valor acrescentando à direção”, anunciou o CEO do Twitter, Parag Agrawal.

A partir daqui, o novo membro da direção não poderá adquirir mais do que 14,9% das ações da rede social.

10 de abril – “Fiz uma oferta”, escreveu o CEO da SpaceX no Twitter. Aqui começam os avanços e recuos nesta eventual compra. Musk, afinal, não vai juntar-se à direção. “Acredito que seja pelo melhor”, referiu o CEO da rede social.

Musk fez uma oferta no valor de 40 bilhões de dólares. “Investi no Twitter porque eu acredito no potencial que desta plataforma para a liberdade de expressão em todo o mundo, e acredito também que esta liberdade é imperativa para o funcionamento de uma democracia. Porém, desde que fiz um investimento percebi que não é como está que esta rede social vai contribuir para isso. O Twitter precisa de se transformar como uma empresa privatizada”, escreveu na sua oferta. “O Twitter tem um potencial extraordinário. Vou desbloqueá-lo”, rematou.

15 de abril – A direção do Twitter dificulta a vida a Musk, colocando uma cláusula na qual está prevista a limitação dos direitos dos acionistas 

21 de abril – Musk reúne cerca de 42 bilhões de dólares em financiamento e anuncia que ainda não recebeu nenhuma resposta para a sua oferta. O empresário garante que “está preparado para começar as negociações de imediato”. É a primeira vez que Musk fala em negociações, tendo em conta que garantiu que a sua primeira oferta era “final”.

25 de abril – Twitter vendido por cerca de 41 bilhões de dólares. Funcionários da rede social começam a questionar-se sobre o futuro da empresa, ou sobre se Donald Trump iria regressar à rede social.

29 de abril – O empresário vende ações na Tesla no valor de quase 8 bilhões de dólares.

4 de maio – Para além da venda das ações anteriores, que muitos entenderam como uma forma de financiamento para o Twitter, Musk junta quase mais 7 bilhões de dólares vindos de investidores.

6 de maio – Musk anuncia que quer que o Twitter tenha lucros de quase 25 bilhões de dólares em 2028, quase mais 5 bilhões do que em 2021. Para isso, explica que pretende construir um serviço pago enquanto tentará diminuir a dependência da rede social na publicidade.

10 de maio – Os receios dos funcionários tornam-se realidade. Musk diz que o ex-presidente norte-americano terá as portas abertas se quiser voltar ao Twitter. “Acho que não foi correto expulsar Donald Trump [do Twitter], acho que foi um erro]”, sublinhou o empresário. “A expulsão não acabou com a voz dele, vai amplificá-la na direita e é por isso que a expulsão é imoral  e estúpida”, defendeu.

12 de maio – Contratações para a rede social ficam congeladas, de acordo com o que os responsáveis da rede social disseram à CNN.  Apenas “cargos críticos empresariais” não estão incluídos neste congelamento.

13 de maio – Compra do Twitter “em espera temporariamente”

10% das ações do Twitter caíram com esta confirmação, que já tinha sido divulgada pela Reuters duas semanas antes. O empresário, no entanto, não demorou duas horas a reiterar o seu interesse. “Ainda estou comprometido com a compra”, escreveu. 

16 de maio – Decorre um atrito entre o CEO do Twitter e o futuro dono da rede social, como, quanto às contas de spam na rede social. Pagar Agrawal explica, no Twitter, como a rede social tenta combater esse tipo de contas, e Musk responde-lhe com um emoji de fezes.

17 de maio – Negócio “não pode seguir”, diz Musk, alegando que precisa de mais informação sobre a existência das contas de spam. O empresário acusou ainda a rede social de falsificar os dados  nos seus registos. Sem dizer onde foi buscar esta informação, Musk diz que “20% das contas” da rede social são falsas.

“O Twitter alega que mais de 95% dos seus utilizadores são reais, seres humanos. Alguém tem essa ideia?”, escreveu, mais tarde nesse dia. “Olá, Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos?”, tweetou, marcando o regulador.

Em comunicado, a rede social garantiu que continuava interessada em “completar a transação”.

6 de junho – Musk ameaça retirar-se do negócio, alegando que a rede social está “resistindo e impedindo os seus direitos de informação”. Numa carta, o empresário acusa a rede social de não cumprir o acordo pela omissão de dados que são solicitados. De acordo com Musk, a falta de informação dá-lhe o direito de “não completar a transação” e de “terminar o acordo”. 

8 de junho – O Twitter quer antecipar assembleia-geral extraordinária até agosto para discutir a venda da empresa por 44 bilhões de dólares ao bilionário e dono da Tesla, Elon Musk, após ameaças por parte do bilionário de desistir do negócio.