Foto21 JBS USA Trump libera mais US$ 2 milhões para irmãos brasileiros acusados de corrupção
A JBS USA, propriedade dos irmãos brasileiros Joesley e Wesley Batista, é a maior processadora de carnes no mundo

Os empresários Joesley e Wesley Batista, donos da JBS USA, assumiram ter subornado políticos no Brasil

Na sexta-feira (17), uma companhia processadora de carnes de propriedade de 2 irmãos brasileiros, que chamou a atenção por ter recebido US$ 62 milhões em verba federal, recebeu mais US$ 2 milhões do Departamento de Agricultura dos EUA. Um dia depois que o jornal Daily News anunciou que a administração Trump liberou milhões de dólares, que deveriam beneficiar fazendeiros, a JBS USA, o governo atual liberou o total de US$ 64.4 milhões. A empresa é propriedade dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que admitiram ter subornado vários políticos sul-americanos.

A liberação de sexta-feira foi a 4ª que o governo liberou para a companhia. Inicialmente, a administração liberou US$ 22.3 milhões em janeiro, US$ 14.5 milhões em fevereiro e outros US$ 25.6 milhões em maio, segundo relatórios de compras publicados pelo jornal NY Daily News. Alguns congressistas democratas e candidatos das eleições 2020 exigiram explicações por que a administração está liberando verba pública que deveria ser direcionada aos fazendeiros que enfrentam dificuldades financeiras e não a JBS USA, subsidiária da JBS SA. A companhia é a maior processadora e empacotadora de carnes no mundo.

Um porta-voz do Departamento de Agricultura evitou comentar o assunto alegando que “não importa quem é o vendedor, pois os produtos comprados são produzidos nos EUA e beneficiam os fazendeiros americanos”. Entretanto, o órgão não explicou por que a verba não pode ir diretamente para os fazendeiros ao invés da JBS. Além disso, a administração atual ainda deverá provar que o dinheiro acabará beneficiando os fazendeiros dos EUA da maior forma possível e recusou-se a dizer que sabia do histórico “suspeito” da JBS antes de liberar as verbas.

Um porta-voz da JBS apoiou a explicação dada pela administração e alegou que a multinacional brasileira somente aceita a verba do programa para beneficiar os fazendeiros nos EUA. “A nossa única intenção em participar é apoiar os preços dos produtores nos EUA e ajudar os nossos produtores parceiros americanos”, disse o porta-voz. “isso não é um resgate. Nós somos pagos pelo trabalho dos membros do nosso time nas instalações e os produtos que produzimos, os quais são usados para apoiar programas federais importantes de alimentação que ajudam os cidadãos dos EUA”.

Já congressistas republicanos, alguns deles receberam doações de campanha da JBS USA, têm mantido o silêncio desde que a liberação das verbas foi divulgada. Essa postura contrasta com as críticas intensas feitas por republicanos líderes, como o Senador Chuck Grassley, contra a verba de US$ 240 mil que a administração quis liberar para a Smithfield Foods, de propriedade chinesa, em 2018. Na ocasião, a liberação da verba foi cancelada devido às críticas bipartidárias.

A verba liberada a JBS vem de um programa federal de US$ 12 bilhões criado por Trumop para aliviar a pressão financeira sobre os fazendeiros prejudicados pela disputa tarifária entre China e os EUA.

Fonte: Brazilian Voice