SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em um encontro nesta segunda-feira (11), o ex-presidente Michel Temer sugeriu à senadora Simone Tebet (MDB-MS), pré-candidata ao Palácio do Planalto, focar o seu discurso na área social e de desenvolvimento humano.

Na presença do presidente nacional da legenda, Baleia Rossi (SP), eles conversaram sobre as diretrizes de uma nova Ponte para o Futuro, o documento lançado pelo MDB às vésperas do impeachment de Dilma Rousseff que delineou as bases da gestão Temer posteriormente.

Segundo relatos, o ex-presidente disse ser necessário deixar de lado, por hora, as questões econômicas e fiscais, porque esse papel já foi desenvolvido pela instituição do teto de gastos e pela aprovação da reforma da Previdência.

O momento exige concentrar-se, defendeu, em questões voltadas para o futuro: direitos trabalhistas adequados à nova realidade do mercado, o desenvolvimento humano e a economia verde. Tudo isso com base na Constituição e garantindo a segurança jurídica.

Um interlocutor de Temer disse que conselhos semelhantes foram dados ao ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) quando ambos se reuniram.

Tebet e Temer se encontraram no mesmo momento em que lideranças emedebistas jantavam com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Brasília, na casa do ex-presidente do Senado Eunício Oliveira. O petista tenta, por meio dos caciques, neutralizar a senadora.

Temer defende a manutenção de Tebet no páreo. Aliados do emedebista afirmam que embora hoje ele seja mais próximo do presidente Jair Bolsonaro (PL) do que de Lula, é favorável à candidatura de Simone Tebet porque ela pode qualificar o processo eleitoral e posicionar o MDB.

O ex-presidente minimiza as investidas de Lula. Como o MDB é partido com forte atuação congressual, é natural que questões locais se imponham.

Aliados de Tebet (MS) dizem que, apesar do poder de atração de Lula sobre lideranças do MDB, a maior parte do partido segue fiel à senadora.

Segundo eles, os estados do Nordeste, lulistas, fazem barulho, mas têm pouco poder de fogo interno. Dos 37 deputados federais emedebistas, por exemplo, apenas 7 são nordestinos -e destes, 2 são antipetistas. Essa correlação de forças deve se reproduzir na convenção da legenda.

Fonte: MSN