Casa de ópera em Guangzhou, na província de Guangdong, na China

Casa de ópera em Guangzhou, na província de Guangdong, na China (Kacha Neawsuparp/Flickr/Reprodução)

A arquiteta Zaha Hadid dizia ter fé no futuro. Ao longo das quase três décadas de carreira, ela ganhou notoriedade por suas obras curvilíneas e futuristas erguidas à base de ferro, concreto, vidro e ousadia. Se na arquitetura os prédios falam por si, os de Hadid jamais passarão desapercebidos.  

Apelidada de “rainha das curvas”, Zaha nasceu em Bagdá, capital do Iraque, em 1950. Aos 22 anos se mudou para Londres onde se formou, em 1977, na Architectural Association, conhecida como AA, uma das mais prestigiadas escolas do mundo. Dois anos depois de graduada, abriu o próprio escritório, o Zaha Hadid Architects. 

Em 2004, ela se tornou a primeira mulher a ganhar o Prêmio Pritzker, o Nobel da arquitetura e, em 2016, foi a vez de levar para casa a medalha de ouro RIBA (Royal Institute of British Architects), condecoração máxima conferida pela realeza britânica. Um dos maiores influenciadores de Zaha foi Oscar Niemeyer. Em uma entrevista ao El País, ela afirmou que o arquiteto era um “virtuoso do espaço e tinha um talento inato para a sensualidade”.

A arquiteta morreu em 2016 vítima de um ataque cardíaco, em Miami. Ela deixou projetos inacabados, muitos dos quais foram concluídos por seu escritório, em Londres, que continua na ativa. O Rio de Janeiro seria o primeiro local a abrigar uma construção de Zaha na América do Sul, um prédio residencial na orla de Copacabana, mas o projeto foi cancelado por problemas com a prefeitura

Veja a seguir sete edifícios icônicos projetados por Zaha Hadid:

MAXXI: National Museum of 21st Century Arts

Local: Roma, Itália

Inaugurado em 2010, o MAXXI foi construído no lugar de um antigo complexo militar. No mesmo ano ele recebeu o prêmio Stirling de arquitetura, concedido ao melhor novo edifício projetado na Europa. As características notáveis incluem paredes curvas, escadas pretas suspensas, tetos abertos com vigas de concreto fino que filtram a luz natural.

Leia tudo sobre a Itália.

Guangzhou Opera House

Local: Guangzhou, China

 (Chijui Yeh/Unsplash/Reprodução)

A Guangzhou Opera House possui um auditório principal de 1.800 lugares e uma sala multifuncional para 400 pessoas usada para performances e concertos menores. Dentro dele, o teto é forrado com milhares de pequenas luzes que lembram estrelas. Inaugurado em 2010, o edifício está em perfeita harmonia com a sua localização, às margens do Rio das Pérolas, no sul da China. 

London Aquatics Center

Local: Londres, Inglaterra

Zaha Hadid projetou esta ampla piscina coberta em 2004, um ano antes de Londres ser escolhida para sediar os jogos olímpicos e paraolímpicos de 2012. Depois de inaugurado, em 2011, o local foi a sede das disputas de natação e nado sincronizado. Situado no leste da cidade, o local é hoje um conjunto de piscinas públicas, aberta à população. Nos tetos e paredes, 627 painéis de vidro permitem a entrada de luz natural. 

Riverside Museum

Local: Glasgow, Escócia

Embora Zaha tenha vivido e trabalhado em Londres desde o início dos anos 1970, a primeira obra dela no Reino Unido só surgiu em 2011, quando o Museu Riverside foi inaugurado, em Glasgow, um mês antes do centro aquático de Londres. O edifício, com fachada de vidro, foi projetado para ser uma extensão do Museu de Transporte, que abriga mais de 3.000 objetos que contam a história, a engenharia e o legado da construção naval na cidade escocesa. 

Confira um roteiro por Glasgow e Edimburgo. 

Galaxy SOHO

Local: Pequim, China

 (Iwan Baan/Unsplash/Reprodução)

O Galaxy Soho é um complexo de escritórios, lojas e entretenimento no centro de Pequim. Concluído em 2012, o edifício é feito de concreto armado, alumínio, pedra, vidro e aço inoxidável. O traçado, que lembra um cânion, é composto por quatro estruturas esféricas conectadas por plataformas curvas, pátios e passarelas de pedestres, em um total de 18 andares, sendo três subterrâneos.

Heydar Aliyev Center

Local: Baku, Azerbaijão

 (Iwan Baan/Unsplash/Reprodução)

Situado no coração de Baku, capital do Azerbaijão, este atraente centro cultural foi construído em 2012 para simbolizar a modernização e o desenvolvimento do país. A forma de concha atrai a atenção pelo modo como se opõe à arquitetura soviética, que ainda prevalece na cidade. O Azerbaijão se tornou independente da União Soviética em 1991. O nome dado à construção também gerou polêmica já que faz uma homenagem ao ex-presidente Heydar Aliev, que comandou o Azerbaijão de 1993 a 2003 e era tido como autoritário.  

Leeza Soho 

Local: Pequim, China

Inaugurado em novembro de 2019, o Leeza Soho foi uma das últimas obras da arquiteta. O átrio, de 194 metros de altura, é o mais alto do mundo, título que anteriormente pertencia ao hotel Burj Al Arab, em Dubai. O visual do térreo é acachapante: uma estrutura metálica retorcida entrelaça duas seções separadas da torre, fundindo-as visualmente. 

Fonte: Viagem e Turismo