SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Rússia e Ucrânia falaram nesta quarta-feira (13) sobre o caso de Viktor Medvetchuk, considerado o principal político aliado de Vladimir Putin em Kiev. O bilionário deputado, cotado para compor um eventual governo títere caso a invasão russa tivesse derrubado o governo, foi detido nesta terça.

Medvetchuk tem uma proximidade notória com o presidente russo, que é padrinho da filha do parlamentar. Na Ucrânia, ele estava foragido desde que deixou a prisão domiciliar que cumpria sob acusação de traição por seu apoio aos separatistas do Donbass.

O serviço de inteligência de Kiev divulgou um relatório nesta quarta dizendo que a detenção do político se deu na capital e frustrou o que seria uma tentativa de fuga para a Transdnístria, território alinhado a Moscou na porção leste da Moldova, vizinha à Ucrânia.

Segundo o governo, agentes da inteligência russa estariam à espera de Medvetchuk para levá-lo a Moscou.

Sem comentar essa acusação, o Kremlin disse que o bilionário “não tem canais de comunicação com a liderança russa” e criticou a sugestão do presidente Volodimir Zelenski de promover uma troca de prisioneiros entre o parlamentar e ucranianos detidos por Moscou.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, se limitou a dizer que o compadre de Putin “é um cidadão ucraniano e político estrangeiro”.

Horas depois do anúncio da prisão, na terça, o serviço de segurança estatal de Kiev fez questão de distribuir uma imagem de Medvetchuk algemado. Apesar de o político estar com uniforme sem marcações, de origem desconhecida, não está claro se ele está sendo considerado um combatente; sem participar de formações regulares do adversário, ele é um preso comum —para a defesa, um preso político alvo de perseguição.

“Vamos acompanhar o destino de Medvetchuk, e chamamos políticos europeus a fazer o mesmo, já que eles estão sempre preocupados com a liberdade de expressão”, afirmou Peskov. A crítica mais dura à proposta de Zelenski veio do ex-presidente russo Dmitri Medvedev, aliado de Putin.

“Esses malucos que se autodenominam autoridades ucranianas devem tomar cuidado e trancar bem suas portas à noite, para se certificar que não se tornem as pessoas pelas quais a troca seria feita.”

Fonte: MSN