Segundo o website “Os Divergentes”, o sofisticado e tradicional restaurante Cipriani, em Manhattan (NY), também teria se recusado a abrigar o evento no qual o Presidente Jair Bolsonaro será homenageado “A Pessoa do Ano”. Anteriormente, a recepção, organizada pela Câmara Comercial Brasil-EUA, ocorreria numa das instalações do Museu de História Natural (AMNH), no Central Park, entretanto, a administração do museu voltou atrás e cancelou o aluguel do espaço. O evento, agendado para 14 de maio, continua sem local.

. Entenda o caso:

Na segunda-feira (15), a administração do Museu Americano de História Nacional (AMNH), em Manhattan (NY), cancelou o aluguel do espaço onde ocorreria o jantar de gala que homenagearia o Presidente Jair Bolsonaro a “Pessoa do Ano”, em maio. A possibilidade da presença do dirigente brasileiro fez com que ativistas e defensores dos direitos humanos planejassem protestos. Eles destacaram que o governo brasileiro atual prometeu abrir a floresta amazônica para o extrativismo da madeira, mineração e agronegócios, embora isso viole os direitos dos índios em suas terras nativas.

O Museu recebeu críticas fortes por concordar em abrigar a cerimônia na qual Bolsonaro, que defendeu o relaxamento das políticas do meio-ambiente, estava agendado para receber o prêmio “Pessoa do Ano”. A administração do local informou que o evento ocorrerá em outras instalações, acrescentando que o AMNH “não era a localização ideal”.

A Câmara Comercial Brasil-EUA, uma ONG que promove o comércio, investimento e laços culturais entre os dois países, alugou o Hall of Ocean Life do museu para abrigar o jantar anual de gala, em 14 de maio. Durante o evento, a Câmara concede o prêmio “Pessoa do Ano”. Este ano, uma dessas homenagens vai para Bolsonaro, que assumiu a presidência do Brasil em 1 de janeiro de 2019.

No website, a organização informou que escolheu o líder de extrema-direita em reconhecimento às “intenções fortes dele de manter laços comerciais e diplomáticos entre o Brasil e os EUA, além do comprometimento firme na construção de uma parceria forte e duradoura entre as duas nações”. Os já agraciados com o prêmio incluem o ex-presidente dos EUA, Bill Clinton, e ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg.

. Protestos:

Ativistas e defensores do clima e meio-ambiente, como o Greenpeace, denunciaram Bolsonaro como “uma ameaça ao ecossistema do Brasil”. A maioria daqueles que se opõe ao fato de que o Museu de História Natural abrigue um evento que conte com a presença de um líder que planeja abrir partes da floresta amazônica para a exploração econômica, acham que isso vai contra a missão da entidade.

Durante uma entrevista de rádio na segunda-feira (8), Bolsonaro disse que quer juntar-se aos EUA na criação de um plano de desenvolvimento da região amazônica. Ele acrescentou que as demarcações das florestas indígenas prejudicam o desenvolvimento da região, portanto, ele as aboliria, caso encontrasse uma forma legal de fazer isso.

O Prefeito de Nova York, Bill de Blasio, disse que o Presidente Bolsonaro era um “homem muito perigoso”, durante entrevista à estação de rádio WNYC. “Ele é perigoso não somente pelo racismo e homofobia evidentes, mas porque infelizmente ele é a pessoa com a maior capacidade de impactar o que acontece na Amazônia a partir de agora”, comentou.

Cientistas ligados ao Museu ameaçaram pedir demissão, caso o evento de gala fosse realizado no AMNH e muitos expressaram insatisfação nas redes sociais. Quando a controvérsia iniciou semana passada, a administração do museu postou no Twitter que o local foi alugado antes que a lista “com os nomes dos homenageados fosse divulgada”.

Fonte: Brazilian Voice