Ayman al-Zawahiri em vídeo divulgado em 12 de fevereiro de 2012 - SITE Intelligence Group/AFP/Arquivos

© Fornecido por IstoÉ Ayman al-Zawahiri em vídeo divulgado em 12 de fevereiro de 2012 – SITE Intelligence Group/AFP/Arquivos

Procurado há mais de 20 anos por sua participação nos ataques de 11 de setembro, o principal líder da Al-Qaeda após a morte de Bin Laden, Ayman al-Zawahiri, foi morto por um ataque de drone norte-americano em solo afegão. Apesar das décadas que foram necessárias para descobrir o seu paradeiro, a vitória em derrotar o antigo inimigo vem em boa hora. Isso porque os Estados Unidos, que saiu de maneira vergonhosa de sua guerra no Afeganistão, mostrou que não abandonou, pelo menos por enquanto, a sua antes tão temida “luta contra o terror”.

Será que os membros das principais organizações terroristas do mundo estavam se sentindo à vontade após a saída das tropas tanto do Afeganistão como do Iraque? O ataque realizado no último domingo em Cabul foi confirmado pelo Talibã, que agora acusa os EUA de ter violado o acordo que selou o fim da presença norte-americana no território. Contudo, abrigar terroristas desse calibre também é uma “quebra de contrato” por parte do talibã.

Vale lembrar que além dos atentados de 11 de setembro, Zawahiri era tido como um dos responsáveis por outros ataques terroristas, como os bombardeios às embaixadas do Quênia e da Tanzânia, ambas em 1998. Embora a Al-Qaeda tenha perdido força com o surgimento do Estado Islâmico, seu poder de destruição e de propaganda na hora de formar novos combatentes sempre foi grande. Afinal, a memória dos terríveis feitos de Bin Laden, morto em 2011, ainda reverbera naqueles que nem eram nascidos em 2001.

Joe Biden, que tem um dos piores índices de aprovação em um primeiro mandato à presidência dos últimos anos, pode usar dessa conquista em Cabul para tentar melhorar a recepção interna ao seu governo e também para tentar conseguir votos nas eleições legislativas que acontecem em novembro. O medo é que o partido do presidente, o Democrata, perca a maioria, tanto na Câmara como no Senado, e passe os próximos dois anos sem conseguir aprovar nenhuma lei e ter assim um governo considerado como um “pato manco”, como aconteceu com Barack Obama em seu segundo mandato.

Os democratas já sofrem no Senado onde a vantagem do partido é mínima. O mais recente exemplo da incapacidade de governar foi o fato de não conseguirem aprovar nem mesmo uma modalidade de plano de saúde que protegia soldados que foram expostos às condições extremas, como contato com substâncias cancerígenas, nos campos de batalha. Até quando diferenças políticas farão com que mesmo leis que são apoiadas por ambos os partidos acabem naufragando? Mesmo que grande parte dos países hoje viva em um terreno fértil para a polarização, nos EUA essa divisão de crenças políticas é paralisante e não deverá mudar tão cedo.

Fonte: MSN