A preocupação com a segurança aumentou entre os residentes da Flórida do que a maioria que mora em outros estados dos Estados Unidos. É o que diz o estudo do SafeWise “Florida’s 50 Safest Cities of 2020”, onde 56% dos residentes expressaram preocupação alta ou muito alta com sua segurança diariamente – 10% acima da média nacional e 4% acima do relatado pela Flórida no ano passado, segundo o sexto relatório anual Safest Cities.

Os entrevistados do estudo revelaram que 6% foram pessoalmente afetados por um tiroteio em massa em algum momento de suas vidas. Apesar da perda de 17 vidas em Parkland em 2018 (relembre o tiroteio), a taxa geral de crimes violentos da cidade ainda permaneceu baixa, 1,1 incidentes por 1.000.

No geral, as taxas de criminalidade da Flórida são ligeiramente mais altas do que as taxas nacionais para crimes violentos e contra a propriedade. A Flórida teve 3,8 crimes violentos por 1.000 pessoas em 2018, contra 3,7 em todo o país. Quando se trata de crimes contra a propriedade, a Flórida registrou 22,8 incidentes por 1.000, em comparação com 22,0 em todo o país, aponta o estudo. 

Agressão física por estranho

Neste mês, casos de agressão dentro de vagões do Metromover em Miami assustaram a população. Sem motivos aparentes, usuários foram espancados por estranhos. Câmeras de vigilância ajudaram a prender os agressores – nenhum deles tinha ligação com a vítima. Seria uma forma de violência gratuita?

A agressão física por um estranho é a principal preocupação com crimes violentos na Flórida, e o nível de preocupação do estado é maior do que a média nacional. Os entrevistados da Flórida na pesquisa também acham que agressão é o crime mais provável de ocorrer: 50% apontaram a agressão por um estranho como sua maior preocupação com o crime violento, em comparação com 40% em todo o país.

Os moradores da Flórida também acham que a agressão por um estranho é mais provável de acontecer do que qualquer outro crime violento, com 40% das respostas. Nos Estados Unidos, 26% acham que são mais propensos a serem agredidos por um estranho do que outros crimes violentos.

A agressão agravada foi o crime violento mais comum entre as cidades mais seguras, com 2.559 incidentes, ou 65%, de todos os crimes violentos nessas cidades. Em todo o estado, a agressão agravada é responsável por 68% de todos os crimes violentos relatados.

15% – o mesmo número do ano passado – relataram experiências pessoais com crimes violentos. Isso é três pontos percentuais a mais do que a média nacional de 12%.

Crime contra a propriedade: invasão de residências

66% dos moradores da Flórida se preocupam mais com invasão quando não estão em casa. Esse também é o crime contra a propriedade que os participantes da pesquisa sentiram que provavelmente aconteceria com eles, em comparação com 62% em todo o país.

Já 43% também acreditam que são mais propensos a ser vítimas de uma invasão (estando em casa) do que de qualquer outro crime contra a propriedade.

Os sistemas de segurança são a principal forma de as pessoas protegerem suas propriedades na Flórida, com 36% dos entrevistados usando um, seguido por câmeras de segurança e armas de fogo, com 25% cada. 30% dos participantes do estudo disseram que não usam qualquer forma de segurança em sua propriedade.

Os assaltos responderam por apenas 11% de todos os crimes contra a propriedade entre as cidades mais seguras e representaram 15% de todos os crimes contra a propriedade relatados em toda a Flórida.

O furto-roubo é o crime de propriedade mais difundido na Flórida, representando 77% de todos os crimes de propriedade no estado – mas apenas 31% dos entrevistados consideraram a propriedade roubada como a principal preocupação.

26% relataram ter sofrido um crime contra a propriedade no ano passado. Isso corresponde à média nacional de 26%, mas é um aumento em todo o estado em relação ao relatório do ano passado de 18%.

“Vivenciei em seis meses na FL o que não vi em seis anos em MA”

Para Ivan Leite, a Flórida tem se mostrado menos segura do que Massachusetts, onde morou com a família por seis anos antes de se mudar, há apenas seis meses.  Morando em Windermere, na região central, ele conta que tanto ele, quanto a esposa passaram por situações que jamais vivenciaram no norte, como de furto em lojas e casas, como também de roubo seguido de morte.

“Há cerca de um mês, no condomínio do lado do nosso, um ladrão entrou em uma casa para roubar o carro e acabou matando toda a família – um casal e uma criança. Isso deu até nos noticiários locais”, conta.

Em outra situação, há uns dois meses, ele conta que esposa, que trabalha como personal shopper, estava em um mall de Orlando fazendo compras quando uma outra brasileira que também trabalha como personal shopper começou a agredi-la acusando-a de roubar coisas do carrinho. “Minha esposa estava com nossa filha de seis anos junto e a polícia teve que ser chamada pra conter a mulher, que acabou sendo expulsa e proibida de entrar na loja”, diz.

Também, há pouco mais de um mês, Leite, que já trabalhou por 10 anos como policial no Brasil, conta que a esposa viu pessoas furtando objetos de uma loja. Ela então contou para a gerente, que chamou a polícia.

“Comigo, presenciei, há cerca de um mês, um rapaz na rua da minha casa furtando todas as caixas de correio da vizinhança. O rapaz pegava tudo o que tinha na caixa de correio e colocava na cintura. Fui até ele pra questionar por que ele estava fazendo aquilo e chamei a polícia. Ele foi conduzido para a delegacia”, relata.

Segundo Leite, a vontade de voltar para o norte bateu, mas por causa dos filhos, o casal resolveu ficar. “Pensamos em voltar para Massachusetts por esse lado da violência por aqui, mas tem o lado dos nosso filhos que são pequenos e estão superfelizes aqui. Se fosse falar só a vontade minha e de minha esposa, sim, já teríamos voltado, mas por eles não”, afirma.

Questionado sobre a falta de segurança, o brasileiro dá o seu ponto de vista. “A meu ver, falta um patrulhamento mais ostensivo nas ruas. O que diminui a criminalidade é um patrulhamento mais ostensivo, e não carros de polícia parados em algum ponto esperando alguém dar uma bobeira no trânsito para eles irem atrás. Não que não seja importante, mas precisa ser mais ostensivo em locais fora dos grandes centros também”, conclui. “Claro que o tema segurança é amplo e estou dizendo com base naquilo que já vivi aqui”, completa.

Cidade de Weston, no condado de Broward, sul da Flórida.

Cidades mais seguras da Flórida em 2020

O estudo citado analisou os termos “perigoso” e “mais seguro” como referência com base nas taxas de crime calculadas a partir dos dados de crimes do FBI – nenhuma outra caracterização de qualquer comunidade está implícita no estudo. Com isso, as três cidades mais seguras da Flórida, de acordo com o relatório, são:

1- Marco Island – que passou do quinto lugar no ano passado para o primeiro lugar, com uma taxa de crimes violentos de 0,3 incidentes por 1.000 e seis crimes violentos no total relatados em 2018.

2- Weston, a cidade número dois, tem a menor taxa de crimes contra a propriedade, 5,2, embora tenha registrado 374 crimes contra a propriedade em 2018. 

3- Key Biscayne – a principal cidade do ano passado, caiu para o terceiro lugar, mas ainda tinha o menor número de crimes violentos relatados – cinco – e nenhum foi assassinato ou estupro, segundo o estudo.

A cidade de Village of Pinecrest é nova na lista deste ano, estreando em 47° lugar com uma taxa de crimes violentos de 1,3 e taxa de crimes contra a propriedade de 23,8.

Apesar da alta, é mportante considerar que 50% das cidades relataram zero assassinatos e 90% das cidades da Flórida estão abaixo das taxas nacionais (22) e estaduais (22,8) de crimes contra a propriedade.

A fim de verificar como está a percepção da comunidade brasileira sobre a segurança no estado, o Gazeta News fez uma enquete em alguns grupos do Facebook e constatou que a sensação de que a segurança piorou nos últimos anos é compartilhada pela maior parte.

Para saber mais sobre o estudo, acesse www.safewise.com/blog/safest-cities-florida

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Fonte: Gazeta News