jair Prefeito de Nova York chama Bolsonaro de “ser humano perigoso”
Bill de Blasio (esq.) frisou os planos de Jair Bolsonaro de industrializar a Amazônia, o que ele alertou poderia pôr em risco o planeta

Bill de Blasio demonstrou preocupação com o fato de o Presidente do Brasil ser homenageado nas instalações do Museu de História Natural

O Prefeito Bill de Blasio, de Nova York, pediu ao Museu de História Natural para cancelar o evento no qual o convidado de honra é o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, de extrema direita.

“Eu acredito na primeira emenda”, disse Blasio no programa de rádio WNYC, na sexta-feira (12), e, então, acrescentou: “Se você estiver falando sobre uma instituição apoiada pelo público e estiver falando sobre alguém que está fazendo algo tangivelmente destrutivo, eu estou desconfortável com isso”.

O prefeito de Nova York frisou os planos de Bolsonaro de industrializar a Amazônia, o que ele alertou poderia pôr em risco o planeta, assim como o “racismo declarado” e “homofobia”.

“Este cara é um ser humano muito perigoso”, concluiu Blasio. “Eu certamente pediria ao museu para não permitir quer ele seja recebido lá”.

Em 2018, o museu recebeu US$ 8.6 milhões em verba municipal e fica localizado num terreno público em ótima localização no coração de Manhattan (NY), no Central Park West. Para aumentar a arrecadação, o museu aluga espaços para eventos e a Câmara de Comércio Brasileira-Americana reservou um espaço para seu evento anual de gala homenageando a “pessoa do ano”.

Os representantes da Câmara não comentaram a controvérsia. Entretanto, o press release do evento de gala destaca que Bolsonaro conquistou 57 milhões de votos em outubro de 2018 e elogia a atuação dele na segurança pública e dos direitos dos veteranos militares.

Inicialmente, o museu informou que não sabia que Bolsonaro participaria do evento quando o espaço foi alugado.

“Nós estamos profundamente preocupados e estamos avaliando as nossas opções”, postou a instituição no Twitter, na quinta-feira (11). Entretanto, na sexta-feira (12), o museu adotou postura defensiva.

“Trata-se de um evento externo e privado que de forma alguma reflete a posição do museu que é a necessidade urgente de preservar a floresta amazônica”, disse um porta-voz, sem explicar se o museu impedirá que o evento  ocorra no local.

Apesar do comentário do Prefeito, o Departamento de Assuntos Culturais disse que a Prefeitura não nada a ver com a controvérsia.

“A Prefeitura não revisa ou aprova decisões independentes com relação a alugueis por espaço curto de tempo em instituições privadas e não culturais”, relatou o porta-voz.

. Filho rebate:

O filho do Presidente, Eduardo Bolsonaro, postou no Twitter uma resposta aos comentários feitos por Blasio em Nova York. Ele disse que essas “culturas” serão “suprimidas”.

“O movimento cultural que ocorre no Brasil ocorre da exata e mesma forma no Chile, Inglaterra, França e, claro, nos EUA. Isso visa a construção de um novo mundo suprimindo as culturas locais. Depois falamos que são globalistas e ainda há quem queira fazer chacota conosco”, diz a postagem.

O assessor internacional de Bolsonaro, Filipe Martins, também entrou na briga no Twitter, postando: “Surpresa seria uma toupeira dessas o elogiar. Não há surpresa alguma em ver Bill de Blasio , um sujeito que colaborou com a revolução sandinista, que considera a URSS um exemplo a ser seguido e que faz comícios no monumento dedicado a Gramsci no Bronx, criticando o PR Bolsonaro”.

Fonte: Brazilian Voice