Newton também era implicado no caso das medidas provisórias.
Segundo Marcelo, essas medidas foram negociadas com o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, e com Antonio Palocci. A Odebrcht pagou R$ 50 milhões para que o pacote fosse editado, ainda segundo Marcelo. Ele disse que o dinheiro foi usado na campanha de Dilma Rousseff em 2010. Dilma e Mantega negam que tenha recebido qualquer suborno da Odebrecht.
A Folha que Marcelo prestou depoimentos a procuradores nos quais dizia que integrantes da cúpula da empresa sabiam do pagamento de propina, chamada por ele de “contrapartida”, mas não estavam entre os 78 delatores do grupo.
Ele citava quatro executivos nos depoimentos: Newton Souza, Adriano Maia, Maurício Ferro, vice-presidente jurídico do grupo, e Marcelo Lyra, vice-presidente de comunicação.
Ferro e Lyra devem ser os próximos a deixar o grupo, segundo a Folha apurou junto a executivos do grupo.
As declarações de Marcelo sobre os executivos que supostamente conheciam a prática de suborno e continuavam na cúpula do grupo colocavam em xeque as declarações da empresa de que uma nova Odebrecht havia nascido após os acordos de delação e de leniência, assinados pelo grupo com a Procuradoria-Geral da República e com a Justiça Federal em 2016.

Fonte: Folha de S.Paulo