JULIANA BRAGA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Interlocutores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmam que o presidente eleito deve esperar uma espécie de “quarentena” de partidos que integraram a coligação do presidente Jair Bolsonaro (PL) para convidá-los a integrar sua base aliada. PP e Republicanos formaram aliança com o PL pela reeleição do presidente.
Nas palavras de um dos articuladores políticos de Lula, é necessário aguardar um “detox” para fazer uma investida nessas legendas. Ainda assim, o resultado da aprovação da PEC da Gastança foi lido no PT com otimismo, como um sinal de que pode haver boa vontade em votações importantes.

O Republicanos, por exemplo, embora tenha orientado contra o mérito do texto, facilitou a tramitação ao votar contra um destaque do Novo que se opunha a uma nova âncora fiscal criada por lei complementar, e não por PEC (Proposta de Emenda à Constituição). Líderes da legenda afirmam que o objetivo foi deixar uma porta aberta para negociações futuras.

Em uma das conversas com lideranças do centrão, Lula revelou que o PP, comandado por Ciro Nogueira, deve ser um dos últimos a ser procurado.

Seu receio é que, caso haja uma adesão neste momento, o partido fique como um condutor ou um intermediário da relação entre o governo e essas legendas. Foi o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por exemplo, quem ajudou a conquistar os votos necessários para tirar o Bolsa Família do teto de gastos.