O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em mais uma de suas entrevistas a rádios locais, voltou a reafirmar pontos que têm feito parte de seu discurso presidencial. Nesta terça-feira (15), falando à rádio Banda B de Curitiba, o petista questionou a necessidade de reformas durante seu governo, defendeu sua aliança com o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido), seu possível vice, e criticou o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), pré-candidato à Presidência.

Em uma de suas falas mais fortes, o ex-presidente disparou contra Moro, um de seus possíveis adversários nas eleições deste ano. Questionado sobre as chances do ex-juiz vencê-lo em um segundo turno, Lula minimizou o adversário e afirmou que “não considera Moro nem candidato”. “Aquele homem sem toga não vale nada”, disse. Lula afirmou que o ex-juiz sempre teve pretensões de “sair da mediocridade que ele é para ganhar notoriedade na política”. “A impressão que eu tenho cada vez que ele fala é que ele sabe cada vez menos das coisas desse País”, enfatizou.

Sobre Alckmin, seu antigo adversário e agora eventual vice, Lula afirmou que as divergências com o ex-tucano serão colocadas de lado, caso a aliança seja algo que o ajude a governar. “Se o Alckmin como meu vice me ajudar a governar, não vejo nenhum problema”, afirmou, apesar do ex-presidente continuar a declarar que Alckmin precisa escolher seu partido para que a chapa possa se concretizar.

Reformas

No quesito das reformas previdenciária e tributária, e o porquê dessas não terem sido feitas na sua gestão, o ex-presidente afirmou que não eram necessárias enquanto ele comandava o Planalto. “Quem é que disse que o Brasil precisava das reformas? Quem disse isso era um setor empresarial que queria se desfazer do país inteiro”, criticou.

No entanto, o presidente reforça que, hoje, caso vença a disputa, está convencido de que o País precisa discutir reforma tributária. “Eu não sei se uma reforma tributária completa ou a gente discutir tópicos”, disse.

Impeachment de Dilma

Lula aproveitou para afirmar que não restringirá conversas com figuras políticas que votaram pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo ele, se não houver diálogo com esse núcleo, “não tem com quem conversar, porque 90% da classe política votou no impeachment da Dilma”, disse. “Se eu ficar pensando só nisso, eu então estou paralisado diante da política”, reforçou. O ex-presidente voltou a defender o diálogo com todas as forças políticas para “consertar o País destruído pelo presidente Jair Bolsonaro”.