SÃO PAULO SP (UOL-FOLHAPRESS) – O presidente Jair Bolsonaro (PL) dedicou parte da sua live de antevéspera de Natal nesta quinta-feira (23) para criticar o jantar entre o ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido) em São Paulo no último domingo (19). Os três poderão se enfrentar nas eleições de 2022.

Ao lado do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, Bolsonaro debochou o título “Jantar pela Democracia” e criticou os presentes, como o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, e definiu o jantar como “pessoas que já foram presas”.

O jantar, que reuniu Lula e Alckmin pela primeira vez desde que surgiram especualção para uma possível chapa conjunta à presidência, tinha autoridades de nove partidos – aliados ou não a Lula. Além de Calheiros, estavam presentes os governadores Rui Costa (PT-BA) e Paulo Câmara (PSB-SP), o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (sem partido-RJ) e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT).

“Você iria num jantar onde estivesse presente [os senadores] Renan Calheiros, Osmar Aziz [PSD-AM], Randolfe Rodrigues [Rede-AP]? Acho que não, né? Esse trio tava lá, assim como outras pessoas conhecidíssimas da política nacional -algumas já foram presas, inclusive”, criticou Bolsonaro.

Embora não fosse o objetivo oficial do encontro, o jantar serviu para debater possíveis alianças para enfrentar Bolsonaro em 2022. Com Lula como principal estrela, estavam presentes ainda os presidentes nacionais do PT (Gleisi Hoffmann), MDB (Baleia Rossi), PSD (Gilberto Kassab), PSB (Carlos Siqueira) e Solidariedade (Paulinho da Força).

“E lógico aquela pessoa famosíssima no mundo todo, né? O Lula. Patrocinando e falando em jantar da democracia. Tá na cara que o cardápio foi ministério fatiado, bancos como Caixa e Banco do Brasil loteados”, criticou o presidente.

Lula é o principal adversário de Bolsonaro na disputa presidencial para o ano que vem. Segundo o último DataFolha, da semana passada, o petista venceria no primeiro turno com 48% dos votos. O atual presidente aparece em segundo, com 22%
“Jantar da democracia? É brincadeira. Democracia para partilhar o que não é deles”, debochou Bolsonaro.

O jantar, realizado em um restaurante de luxo nos Jardins, foi organizado pelo grupo de advogados Prerrogativas com o objetivo de arrecadar dinheiro para a campanha de distribuição de alimentos “Tem Gente Com Fome”, da Coalizão Negra por Direitos. Houve cerca de 500 presentes, com ingressos vendidos a R$ 500.

Os presidenciáveis Ciro Gomes (PDT), Rodrigo Pacheco (PSD) e Simone Tebet (MDB) também foram convidados, mas não compareceram.