SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, recebeu quase R$ 200 mil como funcionário do PSDB no ano passado, embora não prestasse serviços efetivamente para o partido.

Os pagamentos foram feitos entre julho e dezembro, período em que Leite não tinha renda fixa por ter renunciado ao cargo de governador na esperança de se candidatar a presidente.

Com o projeto nacional inviabilizado, ele buscou um novo mandato à frente do Executivo estadual, para o qual se elegeu. Desde fevereiro deste ano, o governador também é presidente nacional do PSDB, e colocou como uma de suas missões renovar o partido após sucessivas derrotas.

A prática de partidos contratarem lideranças não é ilegal e já foi adotada por outras legendas no passado, como o PT. A solução foi encontrada pelos tucanos após uma tentativa malsucedida de Leite de receber aposentadoria como ex-governador. Ele precisou recuar em meio a uma chuva de críticas.

Segundo a reportagem apurou, Leite não dava expediente no partido. De acordo com a prestação de contas do PSDB à Justiça Eleitoral, recebia salário bruto de R$ 24.769. Também teve direito a R$ 8.525 de décimo terceiro e mais R$ 70.874 de indenização por rescisão em dezembro, quando já estava eleito.

Principal aposta dos tucanos para disputar a Presidência em 2026, Leite foi o único candidato em cargo majoritário que teve esse privilégio do partido no ano passado.

Em nota, a assessoria do PSDB afirmou que Leite, “ao se colocar à disposição do PSDB para ser candidato a um inédito segundo mandato como governador do Rio Grande do Sul, expôs ao partido sua necessidade de subsistência”.

O partido diz que ele foi contratado como assessor político com salário menor que o pago a um governador.

“Tudo foi feito cumprindo rigorosamente a legislação”, diz a legenda, que diz não ter usado recursos dos fundos partidário e eleitoral, abastecidos com dinheiro público, para fazer os pagamentos a Leite.