Diante das chuvas que causaram deslizamentos e mortes na região metropolitana de São Paulo, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) sugeriu nesta segunda-feira, 31, que o governador João Doria (PSDB) estaria fazendo uso político da tragédia para se promover eleitoralmente.

Neste domingo, 30, o tucano sobrevoou áreas atingidas e cobrou da Pasta mais envolvimento nas ações de enfrentamento aos danos no Estado. Em nota, o MDR afirmou ter recebido com “estranheza” as declarações de Doria e disse que o governador “parece desconhecer a natureza técnica do trabalho deste ministério, que não se pauta pela política eleitoral”.

No último fim de semana, temporais deixaram ao menos 21 mortos na Grande São Paulo. Doria, que é pré-candidato à Presidência, afirmou que o Estado está trabalhando nos resgates e disse ter autorizado a liberação de verbas para ações de mitigação. O tucano também cobrou suporte do governo federal, que, segundo ele, deveria “não só se manifestar, mas também enviar recursos” para as regiões afetadas.

Chefiado pelo ministro Rogério Marinho, o Desenvolvimento Regional disse em nota que não recebeu solicitações de São Paulo sobre os deslizamentos no sistema integrado de informações sobre desastres. Afirmou, também, que está em contato com a Defesa Civil paulista “desde as primeiras horas” das chuvas e que já foram emitidos 78 alertas sobre as chuvas desde o dia 26. “Portanto, o ministério não só condena o uso político da tragédia, como espera que o governador atue no levantamento e cadastramento dos danos no sistema para que o governo federal apoie as regiões conforme prevê a legislação”, disse a Pasta.

O também presidenciável Ciro Gomes (PDT) foi na mesma linha de Doria e fez uma publicação dizendo que o governo federal “continua sendo criminosamente omisso” diante de tragédias recentes, como as que aconteceram na Bahia e em Minas Gerais no fim de 2021.

No domingo, Marinho foi às redes lamentar as vidas perdidas e prestar solidariedade às famílias das vítimas. Segundo o ministro, a Pasta colocou recursos federais à disposição do Estado e acionou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para atuar em eventuais ocorrências nas rodovias federais.