FRANCISCO LIMA NETO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O policial civil que matou um policial militar em São José dos Campos, interior de São Paulo, na manhã de quinta-feira (18), agiu em legítima defesa e vai responder em liberdade, concluiu a Corregedoria Auxiliar da Polícia Civil de São José dos Campos.

“A Corregedoria Auxiliar da Polícia Civil de São José dos Campos esclarece que o caso foi registrado como homicídio, legítima defesa e lesão. O policial civil, de 43 anos, foi ouvido e liberado”, disse a SSP (Secretaria da Segurança Pública).
Segundo a pasta, ainda há diligências em andamento. A equipe da unidade analisa os vídeos e outras provas e também ouve testemunhas.

Ainda de acordo com a SSP, o policial civil é investigador do 5° DP de São José dos Campos e está na instituição há 22 anos.
Ele e a vítima não se conheciam, e durante a confusão um não sabia que o outro era policial, diz a secretaria.
De acordo com o registro da ocorrência, a vítima é Roberto Carlos Pereira Roque, 2º sargento do 46° BPMI (Batalhão de Polícia Militar do Interior).

Os dois teriam discutido na rua das Chácaras, no Jardim Oriente. O motivo da briga não foi confirmado, mas um cachorro teria sido o estopim para a confusão, segundo informações preliminares. O animal teria avançado sobre um deles.
O PM foi socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e levado para o Pronto-Socorro Parque Industrial, mas não resistiu ao ferimento e morreu. Ele foi baleado no abdome.

OUTROS CASOS
Na segunda (15), o sargento da PM Claudio Henrique Frare Gouveia, 53, entrou no prédio da 3ª Companhia do 50º BPMI, em Salto, interior paulista, e matou dois colegas com tiros de fuzil.
As vítimas eram o sargento Roberto da Silva e o capitão Josias Justi, comandante da PM na cidade. Em seguida, Gouveia se entregou a outro sargento.

No domingo (14), o inspetor da Polícia Civil Antônio Alves Dourado, 44, foi preso sob suspeita de matar a tiros quatro colegas em uma delegacia em Camocim (CE), a 350 km de Fortaleza. Ele chegou a fugir numa viatura da corporação, mas se entregou num quartel da Polícia Militar logo em seguida
De acordo com a Polícia Civil, a defesa de Dourado alega problemas psicológicos ligados ao exercício da profissão e afirma que ele chegou a apresentar um atestado de 15 dias de afastamento. A corporação, no entanto, nega ter recebido tal documento.

As vítimas foram os escrivães Antonio Claudio dos Santos, Antonio José Rodrigues Miranda e Francisco dos Santos Pereira, e o inspetor Gabriel de Souza Ferreira.
Em 5 de abril, em São Paulo, um capitão e um cabo da PM mataram a tiros um sargento em um batalhão no Jardim Santa Emília, na zona sul.

O capitão Francisco Laroca disparou três vezes contra o sargento Rulian Ricardo durante um desentendimento dentro da 4ª Companhia do 46º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano. O motorista que acompanhava Laroca, o cabo identificado como Rizzo, efetuou um quarto disparo.

Rulian foi atingido no pescoço e na região do tórax. Ele foi prontamente socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
Laroca é capitão da PM paulista desde novembro de 2020. Antes disso, esteve no Corpo de Bombeiros, também como capitão, por 12 anos. Ele também é suplente na Câmara Municipal de São Paulo -filiado ao PSB, obteve 2.275 votos na última eleição.
Rulian ingressou na corporação em junho de 2006. Em 2020, quando atuava em Franca, no interior paulista, ele salvou uma criança que havia se engasgado com uma moeda de R$ 0,10 e foi homenageado na cidade.

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