CAMPINAS, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil investiga o assassinato de um ganhador da Mega-Sena em Hortolândia, a 115 km de São Paulo. Jonas Lucas Alves Dias, 55, desapareceu na última terça-feira (13) depois de sair para caminhar pela manhã no bairro onde vivia, o Jardim Rosolém.

Ele foi encontrado no dia seguinte, às margens de uma rodovia, com sinais de espancamento. Houve diversas tentativas de saques da conta de Dias, uma delas no valor de R$ 3 milhões.

Alves Dias foi o ganhador do prêmio de R$ 47,1 milhões da Mega em setembro de 2020. Naquela ocasião, outra aposta também levou o mesmo valor. Ele não era casado nem tinha filhos e vivia com uma irmã e um irmão em uma casa simples.

Segundo os delegados responsáveis pela investigação, o crime foi motivado pelo prêmio que a vítima conquistou após fazer uma aposta em uma lotérica do Jardim Nova Europa, em Campinas.

Juliana Ricci, delegada titular da Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais) de Piracicaba, disse que há uma força-tarefa para a investigação do caso e que o autor do crime sabia que a vítima tinha dinheiro.

“Eu posso afirmar que [o autor] sabia que a vítima tinha muito dinheiro, mas não especificamente que ele tinha ganhado na Mega-Sena, mas que ele tinha dinheiro com certeza sabia, sim”, disse Ricci. A polícia analisa imagens e busca mais vídeos de câmeras do entorno.

De acordo com o boletim de ocorrência, a advogada da família informou que Dias saiu para caminhar na tarde de terça, levando uma carteira com documentos. Como não retornou ao final do dia, os familiares registraram o desaparecimento de forma eletrônica.

Na quarta, Dias foi encontrado na alça da Rodovia dos Bandeirantes (SP-348), altura do Jardim São Pedro, em Hortolândia, com sinais de espancamento. Ele foi socorrido por uma viatura da Autoban, concessionária que administra a via, e levado até o Hospital Mário Covas, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Ainda conforme o boletim de ocorrência, a família informou que foram realizados dois saques da conta da vítima, no valor de R$ 1.000 cada, além de uma transferência via Pix de R$ 18.600, totalizando R$ 20.600.

Segundo o registro policial, os saques e a transferência, possivelmente foram feitos no caixa eletrônico da agência da Caixa em Monte Mor, onde a vítima tinha conta.

Via aplicativo de mensagens, a vítima teria ainda entrado em contato com a agência solicitando a transferência de R$ 3 milhões, mas como não conseguiu explicar o motivo e a gerente da conta está em férias, o valor não foi disponibilizado.

O delegado João Jorge Ferreira da Silva, titular da Delegacia de Hortolândia, afirmou que nenhuma linha de investigação está descartada.

O delegado disse que não era segredo que a vítima tinha dinheiro. “No bairro que ele vivia todo mundo sabia que ele possuía um erário, não quanto, mas que era um numerário razoável.”

Ainda segundo a investigação, Dias era um homem de hábitos simples e que continuou a viver no mesmo bairro mesmo depois de receber o prêmio milionário.

A advogada da família não foi localizada pela reportagem para comentar o caso.