RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – A Polícia Militar admitiu nesta quinta-feira (5) que policiais atiraram contra um morador na Cidade de Deus, no Rio, porque confundiram “um objeto” com um fuzil. Moradores relatam que Dierson Gomes da Silva estava com um pedaço de madeira, que ele sempre carregava.

Dierson era catador de materiais recicláveis e foi baleado no quintal de casa. A Polícia Civil investiga o caso e já realizou perícia no local.

O QUE ACONTECEU?

Equipes do Bope, do Batalhão de Ações com Cães e do Batalhão de Jacarepaguá começaram uma operação no final da madrugada;

PM afirma objetivo era prender criminosos, apreender armas e recuperar veículos roubados;
Na localidade do Pantanal, PMs atiraram contra Dierson;
A PM afirma que a localidade é “historicamente deflagrada” e que o pedaço de madeira “aparentava ser um fuzil, pendurado em uma bandoleira”;
A Civil foi acionada para periciar o local e entender as circunstâncias da morte do catador;
Testemunhas estão sendo ouvidas;

A PM instaurou um procedimento interno e afirmou que as armas serão apresentadas à perícia.

Policiais afirmam que foram atacados em outros pontos da comunidade. No final da manhã, os PMs já haviam apreendido um fuzil e rádios transmissores. Houve retiradas de barricadas.

Nas redes sociais, moradores relataram como era a convivência com Dierson, conhecido como Lord.

Ele era como uma criança grande, brincava com todo mundo. Devido às adversidades da vida e dificuldade, ele catava recicláveis pela rua. Sempre foi batalhador, na comunidade todo mundo conhecia ele. Era um cara do bem.”

Morador da Cidade de Deus sobre catador morto pela PM

Moradores protestaram contra os policiais ao grito de “assassinos”.