MARIANA ARRUDAS
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Na vida da atriz e produtora Maria Padilha questões como pressão relacionada à aparência e etarismo sempre estiveram presentes –e ela reforça que essa não é exclusividade de sua jornada. Aos 62 anos, a artista diz que “essa pressão estética tem muito a ver com sexismo e machismo, é muito em cima da mulher”.

Para ela, essa corrente de cobrança estética é muito forte no Brasil, reflexo da influência cultural dos Estados Unidos, ainda mais quando se fala sobre celebridades. “Na Europa, as coisas são um pouco mais tranquilas. Lá não fazem harmonização facial e essas coisas loucas, é difícil ver uma atriz toda retocada. É uma coisa da cultura brasileira mesmo.”

Padilha aponta que atualmente, apesar dos avanços, muitas mulheres continuam fazendo procedimentos estéticos que machucam, especialmente quando passam a envelhecer, e que essa pressão recai pouco sobre os homens. “Os países latinos são mais machistas… As mulheres sofrem, para além do padrão magro ou gordo, mas [também] pela idade.”
A atriz -que está no elenco do filme “Doce Família”, estrelado por Mariana Xavier- ainda comenta que produções artísticas podem gerar grande reflexão sobre a pressão estética que ainda existe. “Como na música ‘Pretty Hurts’ [Beyoncé, 2013]”, completa.

Sobre a produção, Padilha conta que é o primeiro filme explicitamente de comédia do qual participa, apesar de ter feito “Sábado” (1994) de Ugo Giorgetti, que era “outro tipo de cinema”. “Gosto de estar fazendo uma coisa muito divertida, mas que tenha profundidade”, explica.

Para ela, o filme ainda dispensa um grande nome do humor no elenco, pois o roteiro já basta para entreter o público. Na trama, ela interpreta a mãe da protagonista, uma mulher dona de uma empresa de emagrecimento.