SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Com 58 anos, Marcos Palmeira voltou à TV para protagonizar “Pantanal” (TV Globo) e dar vida a José Leôncio, após ter integrado elenco de “A Dona do Pedaço” (2019). Ao longo da carreira ele já casou, teve filha, se separou, casou novamente em 2016 e revelou que já tentou ser pai com a nova mulher, a cineasta Gabriela Gastal.

“Eu e a Gabi até tentamos [ter filhos]. Mas o processo é muito cruel, muitos hormônios. Não veio, e a gente se permitiu estar assim, decidindo não interferir tanto nesse destino”, declarou ele em entrevista à Veja Rio ao ser perguntado se pretendia ter mais filhos.

Pai de Julia, fruto do casamento dele com a diretora Amora Mautner, o ator falou mais do atual relacionamento. Ele se casou com Gabriela Gastal após os 50 anos.

“[Casar após os 50] É mais leve. Mais é sempre um exercício, não é fácil. As crises e as dificuldades sempre vão existir, só que nessa fase você está mais aberto. Consegue perceber, por exemplo, que deixar de falar algo que o incomodou pode dar espaço para que isso vire um problema gigante lá na frente. Hoje sou capaz de falar mais”, confessou.

O ator, que também se dedica à Fazenda dos Palmeiras em Teresópolis (RJ), que teve um queiio da propriedade eleito como um dos melhores do Brasil, atuou na primeira versão de Pantanal na TV Manchete em 1990 e nota a diferença do bioma pantaneiro nessas três décadas.

“Na primeira versão da novela, a região era um pântano. As cenas de banho eram feitas em salinas cristalinas, que nem existem mais. Tinha muita água por todo canto, hoje é seco e árido. […] A quantidade de bichos agora é bem menor, e eles aparecem em horários incomuns. Nas árvores, não se vê mais o ninhal, o refúgio das aves para descansar e reproduzir. O Pantanal virou um protagonista doente, que precisa de tratamento urgente”, afirmou.

Ele acredita que o remake da novela pode jogar luz a essa problemática e discussão necessária: “Mas será uma batalha e tanto. O meio ambiente e a classe artística estão sendo massacrados. Criou-se uma retórica de que nós, artistas, roubamos do Estado, e que o meio ambiente impede o desenvolvimento econômico”, pontuou.