SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O recém-reeleito presidente da França, o centrista Emmanuel Macron, tomou posse de seu segundo mandato, que começa formalmente em 13 de maio, durante cerimônia no Palácio do Eliseu, na capital Paris, na manhã deste sábado (7).

O líder francês, que derrotou a ultradireita nas urnas e agora vê-se desafiado pela esquerda no Legislativo, destacou em seu discurso promessas de “um novo método” de governar e de um “planeta mais habitável” para as futuras gerações, em aceno à emergência climática, um dos temas alçados como bandeira em seu primeiro governo.

Ao todo, a fala durou 10 minutos. Macron listou aqueles que foram alguns dos principais desafios de sua gestão: o regresso de uma guerra à Europa, a pandemia de Covid e a mudança climática. Também enumerou questões mais diretas na vida do cidadão: o combate às desigualdades, a garantia de empregos e a melhora do sistema de saúde.

O primeiro líder francês reeleito realçou ainda o compromisso de trabalhar por uma França mais independente. “Agir incansavelmente com o objetivo de viver melhor e construir respostas francesas e europeias aos desafios do nosso século”, afirmou Macron, que busca assumir protagonismo nas tratativas diplomáticas da Guerra da Ucrânia desde antes do início do conflito.

Em referências –algumas indiretas– à guerra no Leste Europeu, o líder falou sobre a “gravidade dos tempos” e disse que é justamente em meio a isso que a França revela o melhor de si: “É quando sopra o vento da tragédia que encontramos a força para nos elevarmos além de nós mesmos para escrever a história com tinta universal.”

Newsletter Guerra na Ucrânia O boletim para você entender o que acontece na guerra entre Rússia e Ucrânia *** Sobre a crise climática, disse que o objetivo é legar um outro planeta, mais habitável, às crianças e aos jovens. “Estamos no momento em que o século está mudando e quando, na grande desordem planetária, temos juntos que traçar um outro caminho”, ele disse.

Cerca de 450 convidados acompanharam a cerimônia de posse do líder centrista, durante a qual o presidente do Conselho Constitucional francês, Laurent Fabius, proclamou sua vitória no segundo turno, realizado em 24 de abril, por 58,55% dos votos contra a candidata ultradireitista Marine Le Pen, do Reunião Nacional.

Estiveram presentes antecessores de Macron, como o republicano Nicolas Sarkozy (2007-2012) –que declarou apoio a Macron no segundo turno, gerando cogitações sobre uma possível aproximação partidária entre os dois– e o socialista François Hollande (2012-2017), de quem Macron foi secretário-geral adjunto da Presidência.

Hollande, que também apoiou o centrista no segundo turno, disse a repórteres, após a cerimônia, que Macron não podia se dar ao luxo de reproduzir os “métodos de ontem”. “O que notamos nesta eleição foi que há mais cidadãos [que votaram] por rejeição, e não por esperança”, afirmou, em relação ao voto útil depositado nas urnas por parcela da população que podia não ser tão favorável ao presidente, mas também rechaçava por completo a ideia de Le Pen no cargo.

Após cumprimentar os convidados, entre os quais também estavam profissionais de saúde, autoridades locais, dirigentes de associações e atletas, o líder francês foi ao pátio do Palácio do Eliseu acompanhar a Marselhesa, o hino nacional da França. Como manda a tradição, 21 tiros de canhão foram disparados da Esplanada dos Inválidos.

Ainda há pouca clareza sobre a formação do governo. O Palácio do Eliseu afirmou, em nota, que o presidente não ofereceu o cargo de primeiro-ministro a ninguém. O atual premiê, Jean Castex, permanece no cargo por enquanto.

Macron participará neste domingo (8) das cerimônias que marcam o aniversário da vitória dos Aliados sobre o regime nazista da Alemanha em 1945. Ele deve fazer um discurso no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, na segunda-feira (9), antes de viajar a Berlim, onde se encontrará com o premiê da Alemanha, Olaf Scholz, em sua primeira viagem ao exterior desde a reeleição.

Fonte: MSN