Foto23 Hoda Muthana Juiz se recusa a acelerar caso de “noiva do ISIS”
Hoda Muthana luta na justiça para retornar aos EUA com o filho recém-nascido

Hoda Muthana nasceu em New Jersey e, em 2014, deixou os EUA para juntar-se aos jihadistas do ISIS

Na segunda-feira (4), um juiz determinou que o caso de Hoda Muthana, nascida em New Jersey, mas que deixou os EUA para unir-se ao Estado Islâmico (ISIS), não será acelerado perante os tribunais. A família da jovem teme que os EUA retirem todos os seus soldados da Síria antes que ela possa retornar ao país onde nasceu e disputa a cidadania.

O Juiz Federal Reggie Walton, de Washington-DC, negou o pedido dos familiares de Hoda de acelerar o caso, alegando que o argumento deles que ela poderia ficar presa na Síria ou enfrentar perigo caso as forças armadas dos EUA saiam da região envolve especulação demais. “O caso deverá se aderir ao fluxo normal do litígio”, portanto, “prosseguir no curso normal”, disse o magistrado.

Muthana nasceu nos EUA e em 2014 fugiu para a Síria para se juntar ao ISIS. Na Síria, ela casou-se com uma série de lutadores jihadistas e utilizou o Twitter para encorajar ataques terroristas em solo dos EUA. Atualmente, ela está num campo de refugiados curdos, implorando para regressar ao país de origem com o filho recém-nascido. A administração Trump tem se recusado a aceita-la de volta, alegando que a jovem não é cidadã dos EUA, aparentemente porque o pai dela era diplomata na ocasião em que nasceu.

A família dela insiste que o pai de Hoda deixou de ser diplomata vários meses antes de ela ter nascido e, em fevereiro, iniciou uma ação judicial tentando esclarecer o status migratório da jovem e do filho dela. O advogado dela argumentou, na segunda-feira (4), que o caso deveria ser acelerado para que ela possa sair do campo de refugiados antes que os EUA deixem a Síria. Ele acrescentou que Muthana correria o risco de ser recapturada pelo ISIS e que isso tornaria o retorno dela impossível.

“Ela está numa situação precária”, disse o advogado Charlie Swift no tribunal. Ele acrescentou que a jovem já foi transferida para outro campo de refugiados devido às ameaças feitas por extremistas do ISIS. “Ela sofre privações significativas no campo de refugiados, ela pode ser recapturada, ela pode ser morta”, comentou.

O advogado do Departamento de Justiça (DOJ), Scott Stewart argumentou que o advogado de Muthana não possui evidências concretas de que ela “corre risco iminente de perigo”. O Juiz perguntou a Stewart se ele sabia a data em que as forças armadas dos EUA sairão da Síria, a qual ele respondeu não saber.

“Eu não sei a resposta disso. Eu não tenho certeza da resposta disto”, respondeu o advogado.

Fonte: Brazilian Voice