Edição de dezembro/2018 – p. 17

Poesia musical de Renato Russo chega a Orlando em janeiro

O público fica estagnado quando as luzes do palco iluminam a foto do cantor, poeta e compositor Renato Russo – inesquecível vocalista do Legião Urbana – reacendendo pontos da memória de um tempo que passou, mas que está em nossos corações. “Renato Russo é atemporal, ele era atual nos anos noventa, como é atual nos dias de hoje”, relata o psicólogo e músico Samuel Luna, o Samuca, que viaja o Brasil com o show “Cronovisor – Renato Russo” – também apresentado em oito países –, alusivo as obras e pensamentos de Renato Russo. Ele interpreta os sucessos que conquistaram gerações. “Sempre gostei do Renato, e quando estudei sobre os compositores na faculdade fiquei impressionando com a obra do Renato, que é a sublimação da dor de cabeça na obra de arte. Vários artistas fazem isso, caso de Van Gogh, Raul Seixas, Cazuza e Freddie Mercury”, relata o cantor.

Tendo voz e semelhança física com Renato Russo, Samuca faz questão de frisar que, “eu não sou cover do Renato Russo, eu canto as músicas do Renato e homenageio as músicas dele. Procuro mostrar às pessoas que o meu trabalho é totalmente diferente. Sou de Caruaru, no Recife, e na minha cidade, na década de noventa, surgiram muitas bandas, e a minha banda estava nesse meio (sorri)”, lembra. “Em dois mil e quinze montei um show que levava ao passado do Legião Urbana, depois montei o show ‘Renato, De Corpo e Alma’, e agora estou com um show novo, ‘História da Solidão’, obras de Renato Russo no Cronovisor, que vou estrear nos Estados Unidos, na cidade de Orlando – dia 25 de janeiro –, e depois vou a Miami – dia 26 de janeiro”, revela o artista.

“É a primeira vez que vou aos Estados Unidos, e estou muito empolgado. Quero me divulgar como o artista brasileiro que mais fará shows na história do país. A meta é me apresentar também em cidades pequenas dos Estados Unidos, onde tiver brasileiros, e não importa em que estado seja. Já estou mapeando as cidades americanas onde têm comunidades brasileiras”, enfatiza. “No meu show, o público é cúmplice, é o olho no olho, a psicologia através da música. Tem um alicerce muito grande na psicologia, e o fato de ser um show impactante, o público sorri e chora. São os extremos da emoção”, fala o músico.

“Fiz um show para ser marcante e forte. A morte está presente porque o Renato Russo fala dos que morreram cedo demais, como foi o seu caso. As pessoas saem ricas emocionalmente através de uma viagem no tempo, um retrocesso edificante com música e poesia”, complementa.

O espetáculo “História da Solidão”, adianta Samuca, leva o público de volta ao tempo perdido – segundo a poesia de ‘Tempo Perdido’ –, com declamações, projeção no telão e o talento do psicólogo, cantor e músico que emociona a todos. “O show é um pouco de tudo, com a contagem regressiva do tempo, através de uma ampulheta, e quando o tempo zera o show começa. Entro em cena e recito versos de ‘Tempo Perdido’, depois eu canto – são 18 canções”, Samuca fala com emoção.

“O público vai saber o porquê que o Renato não gostava de cantar a música ‘Pais e Filhos’ e quais eram as suas músicas preferidas. Faço uma união em cena entre Renato Russo e Freddie Mercury . É um show solo onde canto com o meu violão, acompanhado de pedais de bateria, que eu mesmo executo, embalado pela energia do público. Posso ver nos olhos das pessoas a emoção latente, vivenciando momentos de música, poesia e o retrocesso no tempo, de instantes que marcaram a cada um de nós. E o curioso que até mesmo as crianças que vão ao show, participam”.

Segundo Samuca, o termo Cronovisor, alusivo ao seu show, faz referência a uma lenda no século XX, quando um padre italiano “inventou” uma máquina onde ele dizia que era capaz de visualizar cenas do passado: guerras, holocausto e até mesmo a crucificação de Cristo. Chamado de Cronovisor, o aparelho tornou-se uma lenda logo após a igreja católica tê-lo destruído, na década de 50. “Cronovisor tem tudo a ver com o meu show, que leva o público ao passado, e esse tem sido o diferencial, que tem agradado onde quer que eu me apresente, seja no Brasil ou no exterior”.

“O show proporciona aos brasileiros que moram no exterior o reencontro com as boas lembranças do Brasil, consigo mesmo. O Cronovisor nos permite voltar ao tempo, através de nossas lembranças, e celebrar o nosso país, principalmente quando eu canto, ‘Que país é esse’. Um retorno cronológico no interior de cada um de nós, sem dúvida, inesquecível. É uma experiência sensorial, a junção entre a arte e a música. E muitos brasileiros que estão fora do Brasil lutam pelo sonho, pela realização de um ideal, o show é uma catarse”, comemora Samuca.

“Todos os dias quando acordo/Não tenho mais o tempo que passou/Mas tenho muito tempo/Temos todo o tempo do mundo…”

O músico e psicólogo, que se identifica como “cidadão do mundo”, já se apresentou em várias cidades do Brasil, utilizando-se da psicologia para relacionar-se com o público. Recentemente, ele realizou uma turnê no Rio Grande do Sul, colecionando elogios e tendo apoio do grande público. Casado com Andressa, o cantor tem um filho de apenas oito meses, e diz que a família é o motivo mais forte quando volta para casa nos períodos de folga. “Quando estou em casa, aproveito para curtir o meu filho e minha esposa, os meus incentivadores”.

Formado em Psicologia pela Universidade de Recife, o pernambucano fez carreira internacional tendo se apresentado em países como Reino Unido, Canadá, Espanha, Portugal, Uruguai e Argentina, onde realizou oito shows consecutivos. “Nunca tive apoio do governo brasileiro ou de órgãos de cultura do governo federal para realizar o meu trabalho. Sempre batalhei sozinho. O meu grande apoio é o público. Inclusive, na Argentina fiz grandes apresentações e o público lá me apoia muito”, celebra o artista. E quanto aos EUA, “avisa o pessoal que chego no mês de janeiro, com força total, para estrear o meu show, ‘História da Solidão. Conto com todos vocês para viver essa viagem incrível”, finaliza Samuca Luna.

“Então me abraça forte/E diz mais uma vez/Que já estamos/Distantes de tudo/Temos nosso próprio tempo/Temos nosso…”

Serviço

Orlando

Local: John & Rita Lowndes Shakespeare Center

812 E Rollins St, Orlando, Florida 32803

Data: 25/JANEIRO

Duas Sessões: 18H30 E 20H30

Ingresso: $20

Miami

Local: Hilton Miami Downtown

1601 Biscayne Boulevard

Data: 26/JANEIRO

Duas Sessões: 17h e 19h30

Ingresso: $20

Fonte: Nossa Gente