Em depoimento, Frances Haugen afirma que a rede social pode ser perigosa quanto útil

 

A engenheira Frances Haugen, ex-gerente de produtos do Facebook, prestou depoimento nesta terça no Congresso dos EUA com acusações contundentes à rede social. Afirmou que a rede pode ser tão perigosa quanto útil e que, portanto, deve ser controlada 

 

Da Redação 

Foi surpreendente o depoimento da engenheira Frances Haugen, ex-gerente de produtos do Facebook, diante de olhares incrédulos e investigativo dos parlamentares do Congresso dos EUA. Sem se intimidar, ela foi categórica ao tentar explicar que a rede social pode ser tão perigosa quanto útil e que, portanto, deve ser controlada. Foi um ataque direto a Mark Zuckerberg e sua equipe, gerando polêmica. 

Aos 37 anos, Frances que trabalhou na equipe de integridade cívica do grupo de Zuckerberg, recolheu importantes de documentos internos antes de deixar a empresa em maio. Vazadas ao jornal “Wall Street Journal”, as informações alarmaram muitos congressistas, que rapidamente organizaram uma audiência sobre a proteção de menores de idade na internet. 

Haugen saiu do anonimato no último domingo (3), ao aparecer no programa de televisão americano “60 minutos”, da emissora CBS. Nesta terça, prestou um depoimento incisivo perante os parlamentares. 

Foi incisiva ao revelar que viu um amigo próximo se perder em meio a teorias da conspiração. “Uma coisa é estudar a desinformação, outra é perder alguém para ela”, disse em entrevista ao “Wall Street Journal”. 

Contratada pelo Facebook em 2019 na esperança de ajudar a empresa a corrigir alguns problemas, ela afirma ter ficado cada vez mais preocupada com as decisões que a empresa tem tomado. Haugen acusou o Facebook de “colocar os lucros acima da segurança” e afirmou que “agiu para ajudar a incentivar mudanças na gigante das mídias sociais, não para despertar raiva”. 

Para ganhar dinheiro com publicidade, explica ela, a rede social precisa garantir que seus membros permaneçam na plataforma o máximo de tempo possível. E, para isso, conteúdos de ódio e fontes discrepantes costumam atrair mais atenção. 

Por sua vez, o Facebook se opôs à indignação em relação às suas práticas e seu impacto, mas esta é apenas a mais recente de uma série de crises que atingem uma das maiores empresas do Vale do Silício. “Sugerir que encorajamos conteúdo nocivo e não fazemos nada a respeito simplesmente não é verdade”, respondeu o Facebook. 

 

Perfil de Frances Haugen  

Mas quem é essa mulher tão corajosa? Frances Haugen, engenheira da informação, nascida em Iowa, se define como especialista em algoritmos. Trabalhou em diversos gigantes da tecnologia antes de chegar ao Facebook: o Google, o aplicativo de relacionamentos Hinge, a página de recomendação de comércios Yelp e a rede Pinterest. 

 

Fonte: Nossa Gente