Horas antes de cruzar a fronteira entre o México e os Estados Unidos, Ivanete dos Santos Dias…

Horas antes de cruzar a fronteira entre o México e os Estados Unidos, Ivanete dos Santos Dias descobriu que estava grávida. O exame de farmácia mostrou que o desconforto não se devia apenas ao desgaste da perigosa travessia que ela tentava fazer ao lado do marido, Marcelo Silva Benevides, e do filho Alan, então com 13 anos. Anos de idade.

Aos funcionários de imigração, ela alertou sobre a gravidez e disse que Alan nasceu nos Estados Unidos, fruto de seu primeiro casamento, em 2005, mas que agora, ao lado de seu novo companheiro, quer solicitar asilo nos Estados Unidos. “Eles não acreditaram na nossa história. Disseram que éramos um casal forjado, que Marcelo estava tentando entrar nos Estados Unidos às minhas custas, às custas do meu filho, mas não é verdade. Estamos juntos há quatro anos”, disse a brasileira, que usou todo o dinheiro que tinha para pagar um coiote para guiá-la na travessia.

Era outubro de 2019 quando as políticas severas do governo Donald Trump contra os imigrantes colocaram a família de Ivanete em um roteiro de separação, prisões e abusos, que ela disse ter vencido e agora vive a esperança após a posse de Joe Biden e sua promessa de tratar de forma mais humana aqueles que tentarem entrar nos EUA sem documentos.

O democrata começou a reverter as políticas mais rígidas de Trump horas depois que ele assumiu o cargo, em 20 de janeiro, mas especialistas e autoridades dizem que isso não significa que as fronteiras estão abertas.

“Quero fazer um apelo ao novo governo”, disse Ivanete. “Peço a Biden que olhe para a situação de todos os imigrantes que enfrentam preconceito todos os dias, pais sendo deportados, separados de seus filhos… é desumano. Por que temos que sofrer tudo isso? Eu tenho um bebê que nasceu aqui nos EUA, um filho de 15 anos que nasceu aqui. Dar-me uma oportunidade é dar uma oportunidade aos meus filhos”, clamou.

Ivanete e Alan foram levados no final de 2019 para um centro de detenção em El Paso, Texas, um dos principais pontos de chegada de imigrantes na fronteira sul do país.

Ela conta que passou seis dias em uma barraca com várias pessoas, dormindo em um colchão fino e com uma manta que não amenizava o frio da madrugada. Marcelo, por sua vez, foi encaminhado para outro local de detenção e desde então nunca mais viu sua esposa ou enteado, e ainda não conheceu sua filha, agora com dez meses. “Levaram-me para um local húmido, disseram-me que ficaria cinco anos preso, que nunca mais veria a minha família. Eles me derrubaram, perturbaram meu estado psicológico, disseram que eu havia errado ao tentar entrar no país deles e teria que pagar por tudo em uma prisão federal dos EUA”, denunciou o brasileiro.

Marcelo passou uma semana na prisão federal e seu destino foi selado com a deportação. Mas ele ficou a esperar por oito meses até ser enviado ao Brasil. Durante a espera, ele ficou em uma prisão em Otero, no estado do Novo México. “Foi um dos piores momentos da minha vida. É muito complicado ficar preso em um lugar sem ver a luz do sol, sem sentir o ar. Passei oito meses sem sentir o ar fresco, pois dentro só havia ar condicionado. Eles tratam o ar. Pessoas de uma forma tão grotesca, como se não fôssemos nada. Só comemos para sobreviver, tudo é racionado”, disse.

Marcelo ficou na prisão de imigrantes desde o início da pandemia e disse que com o tempo, o número de presos aumentou e policiais relataram que 94 pessoas morreram de Covid-19, entre vários outros infectados.

A prisão de Otero tem sido alvo de denúncias de maus-tratos e foi citada em um relatório produzido pelo Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos em dezembro de 2017 devido às más condições enfrentadas pelos detidos.

Em meados do ano passado, Marcelo foi deportado para o Brasil em um dos aviões fretados pelo governo. “Fiquei algemado por 25 horas. O voo fez duas escalas para abastecer, foi horrível”, conta.

Ivanete chegou a Boston, Massachusetts, lar de uma das maiores comunidades brasileiras nos Estados Unidos. Ela contou com a ajuda de amigos para conseguir hospedagem, dinheiro e alimentação e, após o nascimento da filha, foi morar em um albergue na cidade, onde continua a esperar por Marcelo.

O casal sabe que após ser deportado, Marcelo não poderá entrar legalmente nos Estados Unidos por pelo menos dez anos, mas acredita que o governo Biden será mais generoso com os pedidos de asilo, principalmente em caso de separação da família, e pretende se esforçar mais uma vez para se reunir.

Especialistas alertam, no entanto, que ter um novo presidente e mais humano, não significa que as práticas abusivas de fronteira acabaram ou que qualquer pessoa que tentar entrar no país sem autorização terá sucesso.

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Fonte: Brazilian Times