Camarim.
Sua história é tão marcada por eventos, que não caberia aqui nessa matéria….

Camarim.

Sua história é tão marcada por eventos, que não caberia aqui nessa matéria. Para conhecer melhor a super interessante vida e obra deste artista fenomenal, recheada de fatos históricos, favor enviar e-mail para [email protected], terei o maior prazer de enviar seu portfólio completo, leitura edificante e construtiva. Em suas palavras: Nasci numa família musical.

Ouvíamos muita música.

A trilha sonora da nossa infância foi plena de Chopin, Debussy, Beethoven, Schubert, Ray Charles, Nat King Cole, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Duke Ellington, Glen Miller, Trio Iraquitan, Augusto Calheiros, Dolores Duran, Nelson Gonçalves, Miltinho, os Beatles, a Jovem Guarda, a Tropicália, Luís Gonzaga e Jackson do Pandeiro. Um dia, minha mãe foi comprar uma geladeira e enquanto ela resolvia a compra, sentei em um piano que havia na loja comecei a tocar uma melodia “de ouvido”.

Ela acabou comprando esse piano! Cheguei a ter aulas de piano por 2 anos. Nunca tive disciplina para estudar seriamente o piano (preferia o futebol…)
Havia também um vizinho mais velho que tocava um piano popular, meio ragtime, meio jazz, nos encontrávamos nos finais de semana, em reuniões etílico-musicais com músicos, compositores e os melhores seresteiros e violonistas da cidade. Naquela época eu estava começando a aprender violão para tocar as músicas dos Beatles, da Bossa Nova e da Jovem Guarda.

Lá em casa cantávamos guarânias a três vozes. Meu tio Chico Karam cantava e tocava muito bem o violão, serestas, boleros, guarânias e canções sertanejas, assim conheci Luís Gonzaga e Luís Vieira. Outro tio, tio Luís, tocava violão e bandolim e tinha participado do Trio Nagô.

Do lado paterno, meu tio Talito Silva, violonista, autor de músicas instrumentais para o violão, acompanhava os artistas do rádio e se apresentava como solista ao violão nas rádios e TVs profissionalmente, e também nas festas e nos bares, na boemia criativa da cidade de Fortaleza.

Tocava muito bem Dilermando Reis e todo o repertório de choros, serestas, boleros e toda essa tradição emocional da canção brasileira. Estudei no Colégio Santo Ignácio, na época dirigido por padres progressistas que apoiavam a efervescência cultural daqueles anos 60.

Tínhamos uma professora de português que levava para a sala de aula letras de músicas para analisarmos o conteúdo, poética, etc. Aceitava uma canção em substituição às redações e promovia apresentação das mesmas em sala de aula e no auditório do Colégio. Em várias ocasiões tivemos o privilégio de ouvir o Belchior, que era acadêmico de medicina e dava aulas de biologia no Santo Ignácio.

O ambiente cultural de Fortaleza era bastante intenso na segunda metade dos anos 60, com programas de televisão e festivais da canção apresentando artistas que mais tarde sairiam do Ceará para conquistar o Brasil. Fagner, Ednardo, Belchior, Rodger Rogério, Ricardo Bezerra, Petrúcio Maia, Teti e muitos outros.

Vim a conhecê-los na universidade, depois de ter passado uma temporada nos EUA através de um programa de intercâmbio cultural. Fui parar numa pequena cidade de Ohio, perto de Cincinatti. Comecei a compor em inglês.

De volta ao Brasil, trabalhei com músico e compositor com meu irmão Graccho, Casaverde, Ricardo Alcântara, Floriano Martins, Antônio José Brandão, Fausto Nilo, Ricardo Bezerra, Ângela Linhares. Maestro Alberto Jaffé, Petrúcio Maia, e Raimundo Fagner.

Tocavamos nossas composições como “Tiguera”, “Rodagem”, “Coisas de Quebra”. Gravei o disco “Pessoal do Ceará” tocando violão de 12 cordas com Ednardo. Nessa altura o Fagner já havia gravado “Noturno” (Caio Sílvio / Graccho), tema da novela “Coração Alado”. Eu estava concluindo o curso de Engenharia de Pesca da Universidade Federal do Ceará, mas a música foi mais forte e tão logo concluí o curso fui para Brasília com a intenção de estudar música na UnB.

Brasília no início da década de 80 era uma cidade com grande efervescência cultural. Fiz shows com os super músicos Paulo André, Renato Vasconcelos, Roberto Bob, Fernando Machado e Jorge Helder . Em Brasília gravei “Pequenino Cão” (Caio Sílvio/ Fausto Nilo) carro chefe do disco “Amar” da Simone “Vertigem” (Caio Sílvio/ Graccho), carro chefe do disco “Vertigem” da Joanna; “Reizado” (Caio Sílvio/Ferreirinha) no disco “Eternas Ondas” do Fagner.

Fui convidado pelo produtor Sérgio Carvalho para ir para o Rio de Janeiro, aonde fiz várias parcerias, com Belchior fiz “Bucanera” (Caio Sílvio/ Belchior/Graccho), “Ondas Tropicais” (Caio Sílvio/Belchior), “Sertão da Lua” (Caio Sílvio/ Ricardo Alcântara) gravada no disco “Romance da Lua Lua” de Amelinha; “Águas de Outro Mar” gravada no disco “Água e Luz” da Amelinha, “Amor de Sol” (Caio Sílvio/Casaverde) gravada pela Teti do Pessoal do Ceará. No Rio trabalhei com músicos de qualidade excepcional que acreditavam na minha música.

Pude compartilhar com pessoas de grande talento e amizade como o Ari Mendes, Vídor Santiago, Jorge Helder, Sérgio Boré, Antônio Adolfo, Mingo, Robertinho de Recife, Luís Cláudio e outros. Ainda no Rio trabalhei na Rádio MEC como coordenador de música popular onde pude liderar a criação de 14 programas.

Em 1994 recebi um convite que me trouxe de volta à Fortaleza: participar do núcleo de implantação da Escola de Ofícios e Artes da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará – ECOA que fazia parte de um projeto maior O Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. De volta a Fortaleza reencontrei velhos parceiros e continuei compondo.

Voltaria ao Rio para gravar o disco “12 Canções”, músicas minhas em parceria com o poeta e publicitário Ricardo Alcântara, interpretada pela Amelinha. Dividi os arranjos e coprodução com Robertinho de Recife e toquei os violões de nylon e aço.

Participei do disco da cantora Ângela Linhares com parcerias em “Flamboyants” (Caio Sílvio/Ângela Linhares) e Amor Amigo (Caio Sílvio/Ângela Linhares). Com Raimundo Fagner escrevi ano passado “Recomeçar” (Fagner/Caio Sílvio/Aulo Braz), lançada no programa do Bial da Rede Globo e “Canção de Ninar” (Fagner /Caio Sílvio).

No final do ano passado o Zé Ramalho gravou nossa parceria “Um passo e cai na garganta” a ser lançada no seu próximo trabalho neste ano de 2020.

O melhor ainda está por vir e estou apostando na gravação de um disco com produção e direção musical do grande guitarrista maestro e arranjador Ari Mendes a quem devo os meus melhores momentos em estúdio de gravação e tenho por ele grande admiração e amizade.

Pessoal, vamos divulgar aqui nos USA a obra de Caio Sílvio, esse grande representante de nossa MPB. Precisando de mais informações sobre sua obra, favor nos enviar e-mail [email protected], terei prazer em enviar seu portfólio na íntegra.

Caio Silvio Telecaster.
Caio Silvio Violao e guitarra.
Caio Silvio ao piano.
Caio Silvio.

Fonte: Brazilian Times