Os serviços de segurança da Rússia estão confiscando passaportes de altos funcionários e executivos de empresas estatais para impedir viagens ao exterior, informa o Financial Times. A medida é uma resposta à preocupação crescente em torno da divulgação de informações e deserções.

Segundo o Financial Times, a exigência afeta figuras proeminentes e ex-funcionários do setor estatal, em meio às crescentes suspeitas no Kremlin e no FSB em torno da lealdade da elite civil russa. Muitos deles são contrários à guerra ou estão descontentes com o impacto do conflito em seu estilo de vida.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou que a Rússia reforçou as restrições às viagens ao exterior para pessoas que trabalham em áreas “sensíveis”. Essas restrições afetam tanto a elite governamental quanto os executivos de empresas estatais.

O conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que começou em 2014 com a anexação da Crimeia pela Rússia, se intensificou no ano passado com a invasão da Ucrânia. O presidente russo, Vladimir Putin, justifica a invasão como uma medida para “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia em nome da segurança da Rússia.

Essa nova medida de segurança, que inclui o confisco de passaportes, indica a crescente preocupação do governo russo com a possibilidade de que altos funcionários e executivos de empresas estatais possam ser desertores ou informantes para países estrangeiros.