Xeque Mohammed Al Maktoum e a princesa Haya Bint al-Hussein no Royal Ascot em 2012Direito de imagem Getty Images
Image caption A princesa Haya fugiu do marido, emir de Dubai, e está se escondendo em Londres

A princesa Haya Bint al-Hussein, uma das mulheres do emir de Dubai, xeque Mohammed Al Maktoum, diz temer por sua vida após ter fugido do marido e se refugiado em Londres.

Mohammed, de 69 anos, postou recentemente um poema furioso no Instagram acusando uma mulher não identificada de “deslealdade e traição”.

Apaixonado por cavalos de corrida, o xeque bilionário é proprietário do haras Godolphin – e foi visto muitas vezes conversando com a rainha Elizabeth 2ª no Royal Ascot, evento tradicional de hipismo que acontece todos os anos no Reino Unido.

A princesa Haya, de 45 anos, se casou com ele em 2004, se tornando sua sexta e mais recente esposa.

Mohammed tem supostamente 23 filhos com diferentes mulheres.

Quem é Haya

Filha do falecido rei Hussein, da Jordânia, Haya é meia-irmã do rei Abdullah II, que governa o país atualmente.

Nascida na Jordânia, ela foi educada no Reino Unido – onde frequentou a Bryanston School, em Dorset, e estudou filosofia, política e economia na Universidade de Oxford.

Antes de chegar a Londres, a princesa teria ido para a Alemanha em busca de asilo.

Acredita-se que ela esteja morando agora em uma casa de 85 milhões de libras (cerca de R$ 412 milhões) na Kensington Palace Gardens, rua nobre no centro de Londres, onde se prepara para uma batalha jurídica na Suprema Corte sobre o futuro da sua família.

O motivo da fuga

Mas o que levou a princesa a deixar para trás sua vida em Dubai e por que ela diz “temer pela sua vida”?

Ainda não está claro o motivo da fuga.

Fontes próximas a Haya afirmam que ela teria descoberto recentemente informações preocupantes sobre o misterioso retorno a Dubai, no ano passado, da princesa Latifa, uma das filhas de Mohammed. Ela fugiu dos Emirados Árabes Unidos pelo mar com a ajuda de um francês, mas foi interceptada por homens armados na costa da Índia e retornou a Dubai.

Na ocasião, Haya, junto com a ex-presidente irlandesa Mary Robinson, defendeu a postura de Dubai em relação ao incidente.

As autoridades do país afirmaram que Latifa estava “vulnerável à exploração” e que “agora estava em segurança em Dubai”. Mas ativistas de direitos humanos alegam que ela foi levada de volta à força, contra sua vontade.

Desde então, dizem que a princesa Haya teria descoberto novos fatos sobre o caso e sofrido, consequentemente, uma crescente hostilidade e pressão por parte de integrantes da extensa família do marido até que não se sentiu mais segura no país.

Uma fonte próxima à princesa conta que ela teme ser sequestrada e levada de volta a Dubai.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, o Reino Unido estaria sendo pressionado por meio de canais extraoficiais para extraditá-la.

A embaixada dos Emirados Árabes Unidos em Londres se recusou a comentar o que diz ser uma questão pessoal entre dois indivíduos.

Questão diplomática

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Image caption É provável que a princesa Haya queira ficar no Reino Unido, uma vez que estudou em Dorset e Oxford

Há, no entanto, uma questão internacional mais ampla nessa história.

Pode ser que a princesa Haya, que recebeu uma educação britânica, queira permanecer no Reino Unido.

Se o marido exigir seu retorno, isso pode representar uma dor de cabeça diplomática para o Reino Unido, que tem uma relação próxima com os Emirados Árabes Unidos.

O caso também é incômodo para a Jordânia, já que a princesa Haya é meia-irmã do rei Abdullah II, governante do país.

Aproximadamente 250 mil jordanianos trabalham nos Emirados Árabes Unidos, enviando dinheiro de volta para casa, e a Jordânia não pode arcar com o custo de uma ruptura com Dubai.

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Fonte: BBC