BAURU, SP (FOLHAPRESS) – Policiais na Itália enviaram uma carta ao Ministério do Interior, pasta responsável pela segurança do país, reclamando de um lote de máscaras de proteção contra o coronavírus enviado aos agentes de ao menos quatro comunas italianas.

O motivo do protesto, porém, nada tem a ver com a oposição ao uso do equipamento. Neste aspecto, os policiais italianos não são negacionistas e reconhecem a eficácia da máscara para prevenir a transmissão do vírus. O que incomodou os agentes foi o fato de as máscaras serem cor-de-rosa.

Na carta, divulgada pela imprensa italiana nesta quinta-feira (13) e assinada pelo secretário-geral do Sindicato Autônomo de Polícia (SAP), Stefano Paoloni, a corporação se refere ao lote como um um “fornecimento incomum” e demonstra bastante incômodo com a situação.

“As razões por trás da compra de máscaras de uma cor que não parece adequada à nossa Administração não são conhecidas, e a escolha de aprovar esta compra é desconcertante”, diz a carta.

“Quase dois anos após o início da pandemia”, segue o documento, “é difícil imaginar dificuldades na aquisição de equipamentos de proteção individual que representam, como se sabe, uma das principais ferramentas destinadas a combater a propagação do vírus”.

Para o sindicato, o lote cor-de-rosa indica uma falha das autoridades italianas em “preservar a dignidade” dos policiais. O texto traz ainda o argumento de que os agentes não devem receber ordens para “realizar atividades institucionais com dispositivos de proteção de cor excêntrica em relação à farda”.
Na visão de Paoloni, se os policiais usarem máscaras de proteção contra o coronavírus cor-de-rosa “corre-se o risco de comprometer a imagem da instituição”.

“Portanto, solicitamos uma intervenção imediata visando a garantir que os colegas trabalhem com máscaras de cores diferentes (brancas, azuis ou pretas)”, diz o documento.

Ao final da carta, o sindicato ainda faz uma insinuação de possível mau uso de verbas do Estado. “Confiantes na adoção das devidas determinações, esperando que não se trate de esbanjamento de dinheiro público, aguardamos cortês resposta à presente [solicitação] e apresentamos cordiais saudações.”

O Ministério do Interior não comentou o conteúdo da carta e a solicitação dos policiais.